O petróleo sobe pela sexta sessão consecutiva devido a dados dos EUA e tensões geopolíticas

Os preços do petróleo subiram ligeiramente pelo sexto dia consecutivo nesta quarta-feira, impulsionados pelo forte crescimento econômico dos EUA e pelo risco de interrupções no fornecimento da Venezuela e da Rússia, embora estejam a caminho de sua maior queda anual desde 2020.

Às 06:08 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo Brent subiram 15 centavos, ou 0,2%, para US$ 62,53 o barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA teve alta de 18 centavos, ou 0,3%, para US$ 58,56.

Ambos os contratos valorizaram cerca de 6% desde 16 de dezembro, quando despencaram para mínimas próximas das últimas cinco décadas.

“O que vimos na última semana foi uma combinação de ajustes de posições em mercados com baixa liquidez, após a queda da semana passada não ter conseguido ganhar força, juntamente com o aumento das tensões geopolíticas, incluindo o bloqueio dos EUA à Venezuela e apoiado pelos robustos dados do PIB divulgados ontem à noite”, disse o analista da IG, Tony Sycamore.

Dados dos EUA mostraram que a maior economia do mundo cresceu no ritmo mais acelerado em dois anos no terceiro trimestre, impulsionada por gastos robustos do consumidor e uma forte recuperação das exportações.

Ainda assim, os preços do Brent e do WTI devem cair cerca de 16% e 18%, respectivamente, este ano – as maiores quedas desde 2020, quando a pandemia da COVID-19 dizimou a demanda por petróleo.

“Apesar desses riscos de abastecimento, o petróleo… está a caminho de registrar sua maior queda anual desde 2020, já que a oferta deve superar a demanda”, disse a analista da MUFG, Soojin Kim.

Do lado da oferta, as interrupções nas exportações venezuelanas têm sido o fator mais significativo para o aumento dos preços do petróleo, enquanto os ataques contínuos da Rússia e da Ucrânia à infraestrutura energética uma da outra também têm sustentado o mercado, afirmou a Haitong Futures em um relatório.

Mais de uma dúzia de navios carregados estão na Venezuela aguardando novas instruções de seus proprietários, depois que os EUA apreenderam o superpetroleiro Skipper no início deste mês e tiveram como alvo outras duas embarcações adicionais durante o fim de semana.

Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um “bloqueio” de todas as embarcações sujeitas a sanções que entram ou saem da Venezuela, a fim de aumentar a pressão sobre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Entretanto, os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram em 2,39 milhões de barris na semana passada, enquanto os estoques de gasolina subiram 1,09 milhão de barris e os de destilados, 685 mil barris, segundo fontes de mercado, citando dados do Instituto Americano de Petróleo divulgados na terça-feira.

A Administração de Informação Energética dos EUA deve divulgar os dados oficiais de estoque na segunda-feira, mais tarde do que o habitual devido ao feriado de Natal.

Matéria publicada na Reuters, publicada no dia 24/12/2025, às 03:38 (horário de Brasília)