O preço do petróleo se estabiliza enquanto o mercado pondera os riscos geopolíticos em relação aos fundamentos pessimistas
Os preços do petróleo sofreram poucas variações nesta terça-feira, com as potenciais vendas de petróleo bruto venezuelano apreendido pelos Estados Unidos contrabalançadas por crescentes temores de interrupção no fornecimento após ataques ucranianos contra navios e cais russos.
Às 09:21 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo Brent subiram 6 centavos, para US$ 62,13 o barril. O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiu 2 centavos, para US$ 58,03.
Os preços subiram mais de 2% na segunda-feira, com o Brent registrando seu maior ganho diário em dois meses e o WTI registrando a maior alta desde 14 de novembro.
“O mercado parece estar oscilando entre os fatores de baixa relacionados ao excesso de oferta e as recentes preocupações com o fornecimento, decorrentes do bloqueio dos EUA que reduziu os carregamentos e as exportações venezuelanas, bem como os impactos das negociações comerciais entre Rússia e Ucrânia sobre navios e portos no final da segunda-feira”, disse o analista da Rystad, Janiv Shah.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na segunda-feira que os EUA podem ficar com o petróleo apreendido na costa da Venezuela nas últimas semanas ou vendê-lo, como parte das medidas americanas que incluem um “bloqueio” de petroleiros que entram e saem do país sul-americano sob sanções.
O Barclays afirmou em nota divulgada na segunda-feira que os mercados de petróleo devem permanecer bem abastecidos no primeiro semestre de 2026, mas acrescentou que o excedente de petróleo diminuirá para apenas 700 mil barris por dia no quarto trimestre de 2026 e que interrupções prolongadas poderão apertar ainda mais o mercado.
Na noite de segunda-feira, as forças russas atacaram o porto ucraniano de Odessa, no Mar Negro, danificando instalações portuárias e um navio. Este foi o segundo ataque à região em menos de 24 horas, enquanto ataques de drones ucranianos danificaram duas embarcações, dois cais e provocaram um incêndio em uma vila na região russa de Krasnodar.
A Ucrânia também tem como alvo a logística marítima da Rússia, concentrando-se em petroleiros de frotas paralelas que tentam contornar as sanções contra a Rússia.
Matéria publicada na Reuters, publicada no dia 23/12/2025, às 06:26 (horário de Brasília)