O preço do petróleo sobe devido a preocupações com o abastecimento após o ataque ao CPC

Os preços do petróleo subiram 1% nesta segunda-feira, com o Consórcio do Oleoduto do Cáspio suspendendo as exportações após um grande ataque com drones e as tensões entre EUA e Venezuela aumentando as preocupações com o fornecimento, enquanto a OPEP+ concordou em manter os níveis de produção de petróleo inalterados para o primeiro trimestre de 2026.

Às 08:43 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo Brent subiram 71 centavos, ou 1,14%, para US$ 63,09 o barril. Já o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA teve alta de 68 centavos, ou 1,16%, para US$ 59,23.

O Consórcio do Oleoduto do Cáspio (CPC), responsável pelo transporte de 1% do petróleo mundial, anunciou no sábado a suspensão das operações após um drone ucraniano danificar uma das amarras de seu terminal russo no Mar Negro. A Chevron, acionista do CPC, informou no final do domingo que os carregamentos continuavam no porto russo de Novorossiysk.

Os ataques ao terminal de exportação da CPC impulsionaram os preços do petróleo devido à redução dos volumes de exportação, afirmou o analista da UBS, Giovanni Staunovo.

A Ucrânia também atacou dois petroleiros que se dirigiam para Novorossiysk.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados concordaram inicialmente com uma pausa no início de novembro, desacelerando os esforços para recuperar a participação de mercado diante dos temores iminentes de um excesso de oferta.

Anh Pham, analista sênior da LSEG, afirmou que o mercado reagiu positivamente à notícia.

“Durante algum tempo, a narrativa centrou-se num excesso de petróleo, pelo que a decisão da OPEP+ de manter a sua meta de produção trouxe algum alívio e ajudou a estabilizar as expectativas de crescimento da oferta nos próximos meses.”

Os contratos futuros de petróleo Brent e WTI fecharam em baixa na sexta-feira pelo quarto mês consecutivo, sua maior sequência de perdas desde 2023, com as expectativas de maior oferta global pressionando os preços.

No sábado, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que “o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela” deveria ser considerado fechado, gerando novas incertezas no mercado de petróleo, já que o país sul-americano é um grande produtor.

No domingo, Trump disse ter conversado com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, mas não deu detalhes.

Matéria publicada na Reuters, no dia 01/12/2025, às 06:26 (horário de Brasília)