Os futuros de Brent caem abaixo de US$ 70 por barril após a OPEP revisar previsão de demanda para 2024
Os futuros de petróleo Brent caíram abaixo de US$ 70 por barril nesta terça-feira pela primeira vez desde dezembro de 2021, após a OPEP+ revisar para baixo sua previsão de demanda para este ano e 2025.
Os futuros do Brent estavam em queda de US$ 2,33, ou 3,24%, para US$ 69,51 por barril. O petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA perdeu US$ 2,50, ou 3,64%, para US$ 66,21.
Na segunda-feira, ambos os benchmarks haviam subido cerca de 1%.
Na terça-feira, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), em seu relatório mensal, disse que a demanda mundial de petróleo aumentará em 2,03 milhões de barris por dia (bpd) em 2024, abaixo da previsão do mês passado, que era de 2,11 milhões de bpd.
Até o mês passado, a OPEP havia mantido a previsão inalterada desde que foi feita pela primeira vez em julho de 2023.
A OPEP também cortou sua estimativa de crescimento da demanda global para 2025, de 1,78 milhões de bpd para 1,74 milhões de bpd. Os preços caíram devido à perspectiva de demanda global enfraquecida e expectativas de excesso de oferta de petróleo.
Na segunda-feira, dados chineses mostraram que a inflação ao consumidor acelerou em agosto, atingindo a maior alta em seis meses, embora a demanda doméstica permanecesse frágil, e a deflação dos preços ao produtor piorou.
Dados divulgados na terça-feira mostraram que as exportações da China cresceram em agosto no ritmo mais rápido em quase um ano e meio, embora as importações tenham decepcionado, com a demanda doméstica enfraquecida.
“Se perdermos a China, esse mercado terá um problema, porque a OPEP não conseguirá cortar o suficiente para compensar a posição dos EUA e do Brasil, além de outros reservatórios em operação”, disse John Kilduff, parceiro da Again Capital.
TEMPESTADE SE APROXIMANDO
A Tempestade Tropical Francine avançou pelo Golfo do México, a caminho de se tornar um furacão nesta terça-feira, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA.
Exxon Mobil, Shell e Chevron removeram suas equipes das plataformas e interromperam algumas operações de petróleo e gás nas instalações do Golfo do México. A Exxon reduziu a produção em sua instalação Hoover, localizada a cerca de 150 milhas a leste de Corpus Christi, Texas.
A Chevron retirou trabalhadores de quatro plataformas offshore e interrompeu a produção de petróleo e gás em duas delas. A Shell cortou a produção em uma plataforma, retirou funcionários de três instalações e suspendeu a perfuração em duas.
No entanto, os desligamentos de produção não foram suficientes para compensar o sentimento fraco de demanda, disseram analistas.
“Temos um furacão se aproximando no Golfo e ainda estamos vendo uma queda significativa”, disse Kilduff, da Again Capital.
Matéria publicada pela Reuters no dia 10/09/2024, às 12h47 (horário de Brasília)