Os preços do petróleo devem ter pouca alta, já que a demanda fraca e as preocupações com o excesso de oferta persistem

 A fraca demanda da China e as preocupações com o excesso de oferta manterão os preços do petróleo ancorados abaixo de US$ 80 o barril neste ano, mostrou uma pesquisa da Reuters na sexta-feira, embora sanções mais duras dos EUA ao petróleo russo e tensões geopolíticas possam dar suporte aos preços.

A pesquisa com 41 economistas e analistas previu que o petróleo Brent teria uma média de US$ 74,57 por barril em 2025, acima da previsão de US$ 74,33 em dezembro, marcando a primeira revisão para cima na perspectiva desde a pesquisa de abril passado.

A maioria dos entrevistados acredita que as últimas sanções dos EUA ao petróleo russo podem prejudicar as exportações e causar mudanças no equilíbrio do mercado a curto prazo, bem como aumentos temporários nos preços.

No entanto, analistas observaram que o mercado ainda deve permanecer superavitário neste ano devido a fatores como o aumento da produção da OPEP+ e o crescimento dos campos petrolíferos dos EUA, o que pesará sobre os preços.

“O impacto das sanções dos EUA sobre o petróleo russo será perceptível, mas não esmagador. As sanções provavelmente afetarão a Rússia de forma mais significativa do que os preços globais do petróleo”, Zain Vawda, analista de mercado da MarketPulse by OANDA.

O presidente dos EUA, Donald Trump, reiterou na semana passada seu apelo para que a OPEP reduza os preços do petróleo para prejudicar as finanças da Rússia, rica em petróleo, e ajudar a pôr fim à guerra na Ucrânia.

Os mercados agora aguardam ansiosamente uma reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, chamados juntos de OPEP+, marcada para 3 de fevereiro.

Enquanto isso, a demanda global por petróleo deve crescer entre 700.000 e 1,3 milhões de barris por dia (bpd) em 2025, mostrou a pesquisa.

O retorno de Trump ao cargo pode resultar em sanções mais rígidas ao petróleo iraniano e venezuelano, mas isso dará espaço para a OPEP+ aumentar a produção, potencialmente aumentando a oferta geral de petróleo, observaram analistas.

“Dado o foco declarado da campanha de Trump em reduzir os preços da energia, pode haver um cenário com um acordo triplo entre os EUA, a China e a OPEP+”, disse Kim Fustier, chefe de pesquisa de petróleo e gás europeu do HSBC.

Matéria publicada na Reuters, no dia 31/01, às 05:06 (horário de Brasília)