Payroll: EUA criam 147 mil vagas de trabalho em junho, acima do esperado
O crescimento do emprego nos Estados Unidos foi sólido em junho, enquanto a taxa de desemprego caiu inesperadamente para 4,1%, sugerindo que o mercado de trabalho permaneceu estável e, potencialmente, permitindo que o Federal Reserve adie a retomada do corte da taxa de juros até setembro.
A economia dos EUA abriu 147.000 postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, de 144.000 em maio em dado revisado para cima, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previram criação de 110.000 vagas, depois de um ganho de 139.000 relatado anteriormente em maio. As estimativas variaram de 50.000 a 160.000 empregos.
O relatório foi publicado um dia antes do normal devido ao feriado do Dia da Independência na sexta-feira. Apesar do resultado maior do que o esperado, o crescimento do emprego está desacelerando, refletindo principalmente uma fraqueza nas contratações. As demissões continuam bastante baixas, com os empregadores mantendo trabalhadores após as dificuldades de encontrar mão de obra durante e após a pandemia da Covid-19.
Economistas afirmam que o foco do presidente Donald Trump no que eles chamam de políticas anticrescimento, incluindo tarifas abrangentes sobre produtos importados, deportações em massa de imigrantes e cortes acentuados nos gastos do governo, mudou a percepção do público sobre a economia.
A confiança das empresas e dos consumidores aumentou após a vitória de Trump na eleição presidencial em novembro passado, na expectativa de cortes de impostos e de um ambiente regulatório menos rigoroso, mas passou a cair cerca de dois meses depois.
A taxa de desemprego caiu a 4,1% em junho de 4,2% em maio, contra expectativa de alta a 4,3%.
Indicadores, incluindo o número de pessoas que solicitaram auxílio-desemprego, vêm apontando para uma fadiga do mercado de trabalho após forte desempenho que protegeu a economia da recessão, uma vez que o banco central dos EUA apertou agressivamente a política monetária para combater a inflação alta.
A maioria dos economistas espera que a taxa de desemprego aumente até o segundo semestre deste ano e, potencialmente, incentive o Fed a retomar seu ciclo de afrouxamento da política monetária em setembro.
No mês passado, o Fed manteve sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50%, onde está desde dezembro. Na terça-feira, o chair do Fed, Jerome Powell, reiterou os planos do banco central de “esperar e saber mais” sobre o impacto das tarifas sobre a inflação antes de reduzir os juros novamente.
Matéria publicada no portal InfoMoney, no dia 03/07/2025, às 09:32 (horário de Brasília)