Petróleo avança com riscos de oferta, compensados pelo aumento esperado na produção da OPEP+
Os preços do petróleo subiram ligeiramente na quarta-feira, com os EUA excluindo a Chevron da exportação de petróleo bruto da Venezuela e das paralisações de produção do Canadá, enquanto os mercados observavam um aumento de produção esperado da OPEP+.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 54 centavos, ou 0,8%, para US$ 64,63 o barril às 07h50 (horário de Brasília), enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA ganhou 64 centavos, ou 0,9%, para US$ 61,45 o barril.
O governo Trump emitiu uma nova autorização para a Chevron (CVX.N), empresa de grande porte dos EUA, que lhe permitiria manter ativos na Venezuela, mas não exportar petróleo ou expandir atividades, informou a Reuters na terça-feira, citando fontes.
Mais tarde na quarta-feira, está marcada uma reunião completa da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, conhecidos como OPEP+.
No entanto, um aumento na produção em julho pode ser decidido no sábado, quando oito membros do grupo realizarão negociações, disseram fontes.
A demanda futura para a temporada de viagens de verão é significativa, e com a produção de petróleo bruto não pertencente à OPEP+ estável no primeiro semestre do ano, somada aos riscos de incêndios florestais canadenses prejudicando o fornecimento, a demanda por petróleo bruto é mais forte da OPEP+, disse Janiv Shah, vice-presidente de análise de mercados de commodities de petróleo da Rystad Energy.
Analistas do Goldman Sachs veem o grupo dos oito mantendo a produção estável após o aumento de julho em novos projetos que entrarão no mercado no final deste ano, desacelerando o crescimento econômico e o acúmulo de estoques de petróleo.
“No entanto, vemos os riscos para o nosso caminho de fornecimento da OPEP8+ como distorcidos para o lado positivo, especialmente se a conformidade não melhorar ou se os dados concretos da demanda surpreenderem ainda mais para o lado positivo”, acrescentaram.
Analistas acrescentaram que os preços poderiam responder positivamente se houvesse progresso nas negociações comerciais globais ou na resolução do atrito entre EUA e Irã.
O chefe nuclear do Irã, Mohammad Eslami, disse na quarta-feira que pode permitir que o órgão de vigilância nuclear da ONU envie inspetores dos EUA para visitar instalações nucleares se as negociações de Teerã com Washington forem bem-sucedidas.
Matéria publicada na Reuters, no dia 28/05/2025, às 04:52 (horário de Brasília)