Petróleo cai antes da cúpula Trump-Putin no Alasca
Os preços do petróleo caíram na sexta-feira, enquanto os investidores aguardavam as negociações entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, que alguns esperam que possam levar a um alívio das sanções impostas a Moscou por causa da guerra na Ucrânia.
Os contratos futuros do petróleo Brent caíram 49 centavos, ou 0,7%, para US$ 66,35 o barril às 08h05 (horário de Brasília). Os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate, dos EUA, perderam 58 centavos, ou 0,9%, para US$ 63,38.
Na reunião de sexta-feira entre Trump e Putin no Alasca, um cessar-fogo na Ucrânia está no topo da agenda. Trump disse acreditar que a Rússia está preparada para encerrar a guerra, mas também ameaçou impor sanções secundárias aos países que comprarem petróleo de Moscou se não houver progresso nas negociações de paz.
“O mercado está atento para saber se há um cessar-fogo ou não. A expectativa de um cessar-fogo se traduz em mais produção russa”, disse Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS. “A questão é: haverá escalada ou desescalada?”
Na semana, o WTI deve cair 0,7%, enquanto o Brent está a caminho de um ganho de 0,4%.
Enquanto isso, dados econômicos mais fracos da China levantaram preocupações sobre a demanda por combustível.
Dados do governo chinês mostraram que o crescimento da produção industrial caiu para uma mínima de oito meses e o crescimento das vendas no varejo expandiu em seu ritmo mais lento desde dezembro, pesando no sentimento apesar do maior rendimento de petróleo no segundo maior consumidor de petróleo bruto do mundo.
A produção nas refinarias chinesas aumentou 8,9% em julho, em relação ao ano anterior, mas isso foi inferior aos níveis de junho, que foram os mais altos desde setembro de 2023. Apesar do aumento, as exportações de derivados de petróleo da China no mês passado também foram maiores do que no ano passado, sugerindo menor demanda doméstica por combustível.
As previsões de um crescente superávit no mercado de petróleo também pesaram sobre o sentimento, assim como a perspectiva de taxas de juros mais altas por mais tempo nos EUA.
Analistas do Bank of America disseram na quinta-feira que estavam ampliando sua previsão para o superávit do mercado de petróleo, citando o aumento da oferta do grupo de produtores OPEP+, composto pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo, Rússia e outros aliados.
Os analistas agora projetam um excedente médio de 890.000 barris por dia de julho de 2025 a junho de 2026.
Essa previsão segue as previsões da Agência Internacional de Energia desta semana, dizendo que o mercado de petróleo parece “inchado” após os últimos aumentos na produção da OPEP+.
Matéria publicada na Reuters, no dia 15/08/2025, às 05:28 (horário de Brasília)