Petróleo cai com preocupações sobre guerra comercial que prejudicam perspectiva de demanda
O petróleo caiu na terça-feira para perto da mínima de duas semanas, com os investidores reduzindo suas expectativas de crescimento da demanda devido à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo.
Os contratos futuros do petróleo Brent caíram US$ 1,22, ou 1,85%, para US$ 64,64 o barril, às 08h19 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, caiu US$ 1,1, ou 1,8%, para US$ 60,95 o barril.
“O mercado continua preocupado com o óbvio: que uma guerra comercial prolongada irá minar a demanda, aumentando a pressão descendente sobre os preços em busca de um novo equilíbrio onde a demanda mais fraca seja compensada pela menor oferta de produtores de alto custo, especialmente nos EUA”, disse o analista do Saxo Bank, Ole Hansen.
A iniciativa do presidente Donald Trump de reformular o comércio mundial impondo tarifas sobre todas as importações para os Estados Unidos tornou provável que a economia global entre em recessão neste ano, de acordo com a maioria dos economistas em uma pesquisa da Reuters.
A China, atingida pela mais alta dessas tarifas, respondeu com suas próprias tarifas sobre as importações dos EUA, alimentando uma guerra comercial entre os dois principais países consumidores de petróleo. Isso levou analistas a reduzir drasticamente suas previsões de demanda e preço do petróleo.
Barclays na segunda-feira cortou sua previsão de preço do petróleo Brent para 2025 em US$ 4, para US$ 70 o barril, citando tensões comerciais elevadas e uma mudança na estratégia de produção do grupo OPEP+ como impulsionadores de um excedente de oferta de petróleo de 1 milhão de barris por dia neste ano.
Enquanto isso, vários membros da OPEP+, que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, sugerirão uma aceleração dos aumentos de produção pelo segundo mês consecutivo em junho, disseram fontes à Reuters na semana passada.
“Outro aumento de produção da OPEP+ não poderia acontecer em pior momento, quando o sentimento já está fraco, e com o Cazaquistão não demonstrando muito interesse em reduzir a produção, um mercado bem abastecido é o que podemos esperar no segundo semestre”, disse Hansen, do Saxo Bank.
O Cazaquistão aumentou as exportações de petróleo em 7% em relação ao ano anterior, para 19,52 milhões de toneladas métricas (1,63 milhão de barris por dia) em janeiro-março, graças ao aumento da oferta por meio do oleoduto Cáspio, mostraram cálculos da Reuters baseados em dados oficiais e fontes na terça-feira.
Matéria publicada na Reuters, no dia 29/04/2025, às 05:43 (horário de Brasília)