Petróleo cai em meio a especulações sobre Síria e estímulos na China
Os preços do petróleo recuaram nesta terça-feira devido à redução das preocupações com os impactos da queda do presidente da Síria, apesar do suporte oferecido pelos planos da China de intensificar estímulos econômicos, o que pode impulsionar a demanda do maior comprador de petróleo do mundo.
Os futuros do Brent caíram 39 centavos, ou 0,5%, para US$ 71,75 por barril. O West Texas Intermediate dos EUA caiu 40 centavos, ou 0,6%, para US$ 67,97. Ambos os índices de referência haviam subido mais de 1% na segunda-feira.
Na Síria, os rebeldes estavam trabalhando para formar um governo e restaurar a ordem após a destituição do presidente Bashar al-Assad, com os bancos e o setor de petróleo do país previstos para retomar as operações nesta terça-feira.
“As tensões no Oriente Médio parecem controladas, o que levou os participantes do mercado a precificar um potencial risco baixo de um impacto regional mais amplo que poderia causar uma interrupção significativa no fornecimento de petróleo”, disse o estrategista de mercado da IG, Yeap Jun Rong.
Embora a Síria não seja um grande produtor de petróleo, sua localização estratégica e os fortes laços com a Rússia e o Irã geram atenção.
A transferência de poder, que seguiu 13 anos de guerra civil e encerrou mais de 50 anos de governo da família Assad, levantou preocupações sobre a estabilidade regional.
Os preços do petróleo podem ganhar impulso se o Federal Reserve realizar os cortes de juros esperados de 25 pontos-base em sua reunião de 17 a 18 de dezembro. Isso poderia estimular a demanda por petróleo na maior economia do mundo, embora os traders aguardem os dados de inflação desta semana, que podem influenciar essa decisão.
As perdas do petróleo também foram mitigadas por relatos de que a China adotará uma política monetária “adequadamente frouxa” em 2025, à medida que Pequim busca estimular o crescimento econômico. Este seria o primeiro relaxamento da postura monetária em cerca de 14 anos, embora os detalhes ainda sejam escassos.
As importações de petróleo da China também cresceram anualmente pela primeira vez em sete meses, aumentando em novembro em comparação ao ano anterior.
No entanto, esse aumento “foi mais uma função de estocagem do que de melhoria na demanda”, afirmou Tamas Varga, da corretora de petróleo PVM.
“A economia só será estimulada com a melhora na confiança e nos gastos dos consumidores, por meio de um aumento na demanda agregada doméstica refletida em um crescimento saudável da inflação ao consumidor.”
Matéria publicada pela Reuters no dia 10/12/2024, às 09h45 (horário de Brasília)