Petróleo cai enquanto aumentos na produção da OPEP+ contrariam preocupações com interrupções na Rússia

O petróleo caiu cerca de 1% na terça-feira, com o aumento da oferta da OPEP+ e preocupações com a demanda global mais fraca neutralizando as preocupações com as ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, à Índia sobre suas compras de petróleo russo.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos como OPEP+, concordaram no domingo em aumentar a produção de petróleo em 547.000 barris por dia em setembro, uma medida que encerrará seu corte de produção mais recente antes do planejado.

Os contratos futuros do petróleo Brent recuavam 70 centavos, ou 1%, para US$ 68,06 o barril às 07h52 (horário de Brasília), enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, recuava 79 centavos, ou 1,2%, para US$ 65,50. Ambos os contratos caíram mais de 1% na segunda-feira, fechando em seu menor nível em uma semana.

Na segunda-feira, Trump ameaçou novamente impor tarifas mais altas sobre produtos indianos devido às compras de petróleo russo pelo país. Nova Déli classificou o ataque como “injustificado” e prometeu proteger seus interesses econômicos, aprofundando o abismo comercial entre os dois países.

A movimentação do petróleo desde a ameaça de Trump indica que os traders estão céticos quanto a uma possível interrupção no fornecimento, afirmou John Evans, da corretora de petróleo PVM, em um relatório. Ele questionou se Trump arriscaria preços mais altos do petróleo.

“Eu diria que é um mercado estável para o petróleo”, disse Giovanni Staunovo, analista do UBS. “Presumo que isso provavelmente continue até descobrirmos o que o presidente dos EUA anunciará em relação à Rússia ainda esta semana e como esses compradores reagiriam.”

A Índia é a maior compradora de petróleo bruto marítimo da Rússia, importando cerca de 1,75 milhão de bpd de janeiro a junho deste ano, um aumento de 1% em relação ao ano anterior, de acordo com dados fornecidos à Reuters por fontes comerciais.

As ameaças de Trump ocorrem em meio a preocupações renovadas sobre a demanda por petróleo e alguns analistas esperam um crescimento econômico fraco no segundo semestre do ano.

O JPMorgan afirmou na terça-feira que o risco de uma recessão nos EUA era alto. Além disso, a reunião do Politburo da China em julho sinalizou que não haverá mais flexibilização da política monetária, com o foco mudando para o reequilíbrio estrutural da segunda maior economia do mundo, disseram os analistas.

Matéria publicada na Reuters, no dia 05/08/2025, às 04:57 (horário de Brasília)