Petróleo cai enquanto OPEP+ prossegue com aumento de produção em setembro

Os preços do petróleo caíram na segunda-feira depois que a Opep+ concordou com outro grande aumento na produção em setembro, embora os traders continuassem cautelosos com novas sanções à Rússia.

Os contratos futuros do petróleo Brent recuaram 85 centavos, ou 1,2%, para US$ 68,82 o barril, às 05:46 (horário de Brasília), e o petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, recuou 82 centavos, ou 1,2%, para US$ 66,51 o barril. Ambos os contratos fecharam cerca de US$ 2 mais baixos na sexta-feira.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos como OPEP+, concordaram no domingo em aumentar a produção de petróleo em 547.000 barris por dia em setembro, o mais recente de uma série de aumentos acelerados de produção para recuperar participação de mercado.

A medida, em linha com as expectativas do mercado, marca uma reversão completa e antecipada da maior parcela de cortes de produção da OPEP+, totalizando cerca de 2,5 milhões de bpd, ou cerca de 2,4% da demanda mundial.Analistas do 

Goldman Sachs esperam que o aumento real na oferta dos oito países da OPEP+ que aumentaram a produção desde março seja de 1,7 milhão de bpd, porque outros membros do grupo cortaram a produção após superprodução anterior.

Os investidores também continuaram a digerir o impacto das últimas tarifas dos EUA sobre exportações de dezenas de parceiros comerciais.

Ainda assim, os investidores continuam cautelosos com novas sanções dos EUA à Rússia, já que Trump ameaçou impor tarifas secundárias de 100% aos compradores de petróleo bruto russo, na tentativa de pressionar Moscou a interromper sua guerra na Ucrânia.

“No médio prazo, os preços do petróleo serão moldados por uma combinação de tarifas e fatores geopolíticos. Qualquer aumento de preço desencadeado por sanções energéticas deverá ser efêmero”, disse Tamas Varga, analista da PVM.

Pelo menos dois navios carregados com petróleo russo com destino a refinarias na Índia foram desviados para outros destinos após novas sanções dos EUA, disseram fontes comerciais na sexta-feira e mostraram os fluxos comerciais da LSEG.

Isso coloca cerca de 1,7 milhão de bpd de fornecimento de petróleo bruto em risco se as refinarias indianas pararem de comprar petróleo russo, disseram analistas do ING em nota.

No entanto, duas fontes do governo indiano disseram à Reuters no sábado que o país continuará comprando petróleo da Rússia, apesar das ameaças de Trump.

Matéria publicada na Reuters, dia 04/08/2025, às 03:22 (horário de Brasília)