Petróleo cai enquanto traders avaliam potenciais negociações comerciais entre EUA e China
Os preços do petróleo caíram na sexta-feira, com os investidores acertando posições antes de uma reunião da OPEP+ e em meio a alguma cautela sobre uma possível redução da disputa comercial entre a China e os Estados Unidos.
Os contratos futuros do petróleo Brent caíram 56 centavos, ou 0,9%, para US$ 61,57 o barril às 09:02 (horário de Brasília), enquanto os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA caíram 61 centavos, ou 1%, para US$ 58,63 o barril.
O Ministério do Comércio da China disse na sexta-feira que Pequim estava “avaliando” uma proposta de Washington para realizar negociações com o objetivo de abordar as tarifas abrangentes do presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizando um possível alívio das tensões comerciais que abalaram os mercados globais.
“Há algum otimismo em relação às relações EUA-China, mas os sinais são muito incertos”, disse Harry Tchilinguirian, chefe de pesquisa do Onyx Capital Group. “Ainda é muito fluido, uma situação de um passo à frente e dois passos atrás em relação às tarifas.”
Preocupações de que a guerra comercial mais ampla possa levar a economia global à recessão e reduzir a demanda por petróleo, justamente quando o grupo OPEP+ se prepara para aumentar a produção, pesaram bastante sobre os preços do petróleo nas últimas semanas.
Para complicar as negociações, Trump ameaçou impor sanções secundárias aos compradores de petróleo iraniano. A China é a maior importadora mundial de petróleo iraniano.
Os comentários de Trump ocorreram após o adiamento das negociações dos EUA com o Irã sobre seu programa nuclear. Ele havia retomado uma campanha de “pressão máxima” contra o Irã, que incluía esforços para zerar as exportações de petróleo do país para ajudar a impedir que Teerã desenvolvesse uma arma nuclear.
Os preços do petróleo subiram no final da sessão de quinta-feira, fechando quase 2% acima dos comentários de Trump, apagando algumas das perdas registradas no início da semana devido às expectativas de mais oferta da OPEP+ chegando ao mercado.
Vários membros da OPEP+ devem sugerir que o grupo acelere os aumentos de produção em junho pelo segundo mês consecutivo, informou a Reuters anteriormente. Oito países da OPEP+ se reunirão em 5 de maio para definir um plano de produção para junho.
A Reuters informou na quarta-feira que a Arábia Saudita, líder de fato da OPEP+, informou aliados e especialistas do setor que não estava disposta a sustentar os preços do petróleo com mais cortes no fornecimento.
“Com a oferta não-OPEP+ aumentando robustamente e o crescimento da demanda global enfrentando declínio estrutural, não vemos um ponto de reentrada natural para esses barris e, em última análise, o grupo provavelmente terá que suportar alguma dor de preço, não importa quando desfazer seus cortes”, disse a unidade de pesquisa BMI da Fitch em uma nota.
Matéria publicada na Reuters, no dia 02/05/2025, às 06:06 (horário de Brasília)