Petróleo caminha para alta semanal impulsionada por cortes de produção na Líbia e no Iraque
Preços do petróleo se estabilizam na sexta-feira com perspectiva de ganho semanal, enquanto interrupções na produção na Líbia e planos do Iraque de reduzir a produção aumentam as preocupações com a oferta, e dados mostrando que a economia dos EUA cresceu mais rápido do que as estimativas iniciais aliviaram os temores de recessão.
Ainda assim, sinais de demanda enfraquecida, especialmente na China, limitaram os ganhos.
Os contratos futuros de petróleo Brent para entrega em outubro, que expiram na sexta-feira, caíram 16 centavos, ou 0,20%, para US$ 79,78 por barril. O contrato mais ativo para novembro subiu 11 centavos, ou 0,14%, para US$ 78,93.
Os futuros de petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiram 4 centavos, para US$ 75,95.
No dia anterior, ambos os benchmarks fecharam mais de US$ 1 a mais e subiram 1% e 1,4%, respectivamente, na semana até agora.
“Os preços do petróleo se beneficiam dos últimos dados econômicos dos EUA, sugerindo um momento suave e sem recessão, reduzindo os temores de demanda”, disse o analista do UBS Giovanni Staunovo.
“Por outro lado, a queda nas exportações da Líbia e a perspectiva de uma produção de petróleo mais baixa no Iraque em setembro devem ajudar a manter o mercado de petróleo subabastecido.”
Mais da metade da produção de petróleo da Líbia, ou cerca de 700.000 barris por dia (bpd), estava paralisada na quinta-feira e as exportações foram interrompidas em vários portos após um impasse entre facções políticas rivais.
A consultoria Rapidan Energy Group estimou que as perdas de produção poderiam chegar entre 900.000 e 1 milhão de bpd e durar várias semanas.
Enquanto isso, espera-se que os suprimentos do Iraque também diminuam após a produção do país superar sua cota da OPEP+, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto à Reuters na quinta-feira.
O Iraque planeja reduzir sua produção de petróleo para entre 3,85 milhões e 3,9 milhões de bpd no próximo mês.
Os investidores também aguardam a divulgação do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) básico dos EUA, o índice de inflação preferido do Federal Reserve, que pode fornecer pistas sobre o tamanho do esperado corte de juros em setembro.
Taxas de juros mais baixas podem impulsionar o crescimento econômico e a demanda por petróleo.
Ainda assim, o impulso de alta nos preços do petróleo pode ser limitado por preocupações contínuas sobre a demanda enfraquecida, especialmente da China, disse George Khoury, chefe global de educação e pesquisa do CFI Financial Group.
O mercado também permanece cauteloso, com expectativas de que a OPEP estenda seus cortes de produção para estabilizar os preços, acrescentou Khoury.
Matéria publicada pela Reuters no dia 30/08/2024, às 07h46 (horário de Brasília)
