Petróleo deve cair na semana devido à pressão da oferta

Os preços do petróleo caíram na sexta-feira e devem registrar queda semanal de mais de 2% devido a preocupações com excesso de oferta e incertezas em torno das negociações tarifárias entre os EUA e a China.

Os contratos futuros do petróleo Brent caíram 41 centavos, para US$ 66,14 o barril, às 06h53 (horário de Brasília), caindo 2,6% na semana.

O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA caiu 36 centavos, para US$ 62,43 o barril, tendo recuado 3,5% na semana.

“Na semana passada… os preços caíram, já que persistem as preocupações com o excesso de oferta da OPEP+, enquanto a perspectiva de demanda permanece incerta em meio às tensões comerciais em curso. Um dólar americano mais forte também aumentou a pressão sobre os preços do petróleo bruto”, disse Anh Pham, analista sênior da LSEG.

O petróleo reduziu os ganhos anteriores depois que um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que a China e os Estados Unidos não estavam realizando consultas ou negociações sobre tarifas. Isso contradiz comentários anteriores do presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou na quinta-feira que as negociações comerciais entre os EUA e a China estavam em andamento.

“Os traders agora veem novos ganhos (no preço do petróleo bruto) como improváveis ​​no curto prazo devido à contínua guerra comercial entre os principais consumidores globais e à especulação de que a OPEP+ pode acelerar os aumentos de produção a partir de junho”, disse o analista do Saxo Bank, Ole Hansen.

A China isentou algumas importações dos EUA de suas tarifas de 125% e está pedindo às empresas que identifiquem produtos essenciais que precisam ser isentos de impostos, de acordo com empresas notificadas, no sinal mais claro até agora das preocupações de Pequim sobre as consequências econômicas da guerra comercial.

A China aumentou suas tarifas depois que Trump anunciou impostos mais altos sobre produtos chineses.

Os preços do petróleo caíram no início deste mês depois que as tarifas despertaram preocupações sobre a demanda global e uma liquidação nos mercados financeiros.

Crescem as preocupações com o excesso de oferta. Vários membros da OPEP+ sugeriram que o grupo acelerasse os aumentos na produção de petróleo pelo segundo mês consecutivo em junho, informou a Reuters no início desta semana.

Os Estados Unidos e a Rússia estão caminhando na direção certa para acabar com a guerra na Ucrânia, mas alguns elementos específicos de um acordo ainda precisam ser acertados, disse o Ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, em uma entrevista à CBS News.

A interrupção da guerra da Rússia na Ucrânia e o alívio das sanções poderiam permitir que mais petróleo russo fluísse para os mercados globais. A Rússia, membro do grupo OPEP+, que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, juntamente com os EUA e a Arábia Saudita.

Matéria publicada na Reuters, no dia 25/04/2025, às 04:21 (horário de Brasília)