Petróleo deve registrar ganhos semanais antes das negociações comerciais entre EUA e China
Os preços do petróleo subiram na sexta-feira, prestes a registrar ganho semanal, à medida que as tensões comerciais entre os maiores consumidores de petróleo, China e Estados Unidos, mostraram sinais de alívio.
O petróleo Brent subiu US$ 1,20, ou 1,9%, para US$ 64,04 o barril às 12h03 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, subiu US$ 1,26, ou cerca de 2,1%, para US$ 61,17.
Ambos os índices de referência estavam em seus níveis mais altos em quase 10 dias e a caminho de subir mais de 4% na semana.
As negociações comerciais entre os EUA e a China são definitivamente positivas para o petróleo, já que as tarifas em seus extremos atuais mantêm os riscos de recessão elevados, disse Bjarne Schieldrop, analista-chefe de commodities do SEB.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, se encontrará com o vice-primeiro-ministro He Lifeng, principal autoridade econômica da China, na Suíça, em 10 de maio, para trabalhar na resolução das disputas comerciais que ameaçam a demanda por petróleo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na sexta-feira que a China deveria abrir seu mercado aos Estados Unidos e que tarifas de 80% sobre produtos chineses “parecem corretas”. As tarifas atuais para a China são de 145%.
No entanto, analistas observaram que, embora o desejo de ambos os lados de acalmar as tensões seja um catalisador positivo, é improvável que um acordo se materialize muito rapidamente.
As exportações chinesas aumentaram mais rápido do que o esperado em abril, enquanto as importações reduziram seu declínio, mostraram dados alfandegários na sexta-feira, dando a Pequim algum alívio antes das negociações.
Enquanto isso, o que pesava sobre os preços do petróleo era o aumento planejado na produção de petróleo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos coletivamente como OPEP+.
No entanto, uma pesquisa da Reuters descobriu que a produção de petróleo da OPEP caiu ligeiramente em abril, já que os declínios na produção na Líbia, Venezuela e Iraque superaram o aumento programado na produção.
“Mais sanções ajudariam os preços do petróleo bruto se isso significasse mais interrupções na produção iraniana”, disse o analista Ashley Kelty, da Panmure Liberum.
“Caso contrário, a previsão de excesso de oferta só será agravada pelas recentes medidas da OPEP+ para reverter as reduções de cotas.”
Matéria publicada na Reuters, no dia 09/05/2025, às 06:17 (horário de Brasília)