Petróleo deve subir pela terceira semana sob pressão da Venezuela e do Irã

Os preços do petróleo estavam programados para o terceiro ganho semanal nesta sexta-feira, com os EUA aumentando a pressão sobre a Venezuela e o Irã, embora preocupações sobre se a guerra tarifária de Washington poderia conter a demanda pesassem sobre os mercados.

Os contratos futuros do petróleo Brent subiam 8 centavos, 0,1%, para US$ 74,11 o barril às 06h49 (horário de Brasília), marcando o oitavo dia consecutivo de ganhos, a maior sequência desse tipo desde maio de 2022.

Os contratos futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA subiram 5 centavos, também 0,1%, para US$ 69,97 o barril.

Ambos os contratos ganharam cerca de 2,5% até agora nesta semana. Eles subiram cerca de 7% desde que atingiram mínimas de vários meses no início de março.

O principal impulsionador da alta dos preços foi a mudança no cenário das sanções globais ao petróleo, escreveram analistas da BMI em um comentário de mercado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na segunda-feira novas tarifas de 25% sobre potenciais compradores de petróleo bruto venezuelano, dias após sanções dos EUA contra as importações chinesas do Irã.

A ordem agravou a incerteza para os compradores e viu o comércio de petróleo venezuelano com o principal comprador, a China, estagnar. Em outros lugares, fontes disseram que a Reliance Industries da Índia, operadora do maior complexo de refino do mundo, interromperá as importações de petróleo venezuelano.

“A potencial perda de exportações de petróleo bruto venezuelano para o mercado devido a tarifas secundárias e a possibilidade das mesmas serem impostas aos barris iranianos causou uma aparente restrição no fornecimento de petróleo bruto”, disse June Goh, analista sênior de petróleo da Sparta Commodities.

O petróleo também foi sustentado por sinais de melhor demanda nos Estados Unidos, o maior consumidor de petróleo do mundo, já que os estoques de petróleo bruto do país caíram mais do que o previsto.

Dados da Energy Information Administration mostraram que os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram em 3,3 milhões de barris, para 433,6 milhões de barris na semana encerrada em 21 de março, em comparação com as expectativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters de uma redução de 956.000 barris.

Alguma pressão descendente surgiu quando o petróleo refletiu as vendas generalizadas de ativos de risco na sexta-feira, enquanto a última salva de tarifas de Trump alimentou as preocupações dos investidores sobre uma guerra comercial total.

Como resultado, analistas não esperam que ganhos acentuados nos preços do petróleo sejam sustentados no ambiente atual.

“Enquanto o mercado sofre com incertezas extremas, mantemos nossa previsão de que o petróleo Brent terá uma média de US$ 76 por barril em 2025, abaixo dos US$ 80 por barril em 2024”, escreveram os analistas da BMI.

Matéria publicada na Reuters, no dia 28/03/2025, às 04:47 (horário de Brasília)