Petróleo estável após aumento de estoques nos EUA e cortes de preços na Arábia Saudita
Os preços do petróleo se estabilizaram na quinta-feira, após caírem mais de 1% no dia anterior, devido ao aumento nos estoques de gasolina e diesel dos EUA e aos cortes nos preços de julho da Arábia Saudita para a Ásia.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiam 23 centavos, ou 0,35%, para US$ 65,09 o barril, às 08:48 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, subia 16 centavos, ou 0,25%, para US$ 63,01 o barril.
Os preços do petróleo fecharam cerca de 1% mais baixos na quarta-feira, depois que dados oficiais mostraram que os estoques de gasolina e destilados dos EUA cresceram mais do que o esperado, refletindo uma demanda mais fraca na maior economia do mundo.
A geopolítica e os incêndios florestais canadenses, que podem reduzir a produção de petróleo, fornecem suporte aos preços, apesar de um mercado potencialmente superabastecido no segundo semestre do ano, com aumentos esperados na produção da OPEP+, disse o analista da PVM, Tamas Varga.
Para agravar a fraqueza, a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, cortou os preços de julho para compradores asiáticos de petróleo bruto para quase o menor nível em dois meses.
O corte de preço pela Arábia Saudita seguiu a iniciativa da OPEP+ no fim de semana de aumentar a produção em 411.000 barris por dia (bpd) em julho.
A estratégia da Arábia Saudita, líder de fato da OPEP, é, em parte, punir os superprodutores, potencialmente desfazendo-se de 2,2 milhões de bpd entre junho e o final de outubro, em uma tentativa de reconquistar participação de mercado, informou a Reuters anteriormente.
“A demanda por petróleo será moldada pelas negociações comerciais entre os EUA e seus parceiros comerciais”, disse Varga, da PVM.
Dados divulgados na quarta-feira mostraram que o setor de serviços dos EUA contraiu em maio pela primeira vez em quase um ano.
Na frente comercial, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quarta-feira que Xi Jinping, da China, era duro e “extremamente difícil de se fazer um acordo”, expondo o atrito entre Pequim e Washington.
Os investidores observarão dados econômicos dos EUA, como o relatório de empregos (Payroll), que podem influenciar a política de taxas de juros do Federal Reserve (Fed), enquanto o foco também estará nas tensões geopolíticas no Oriente Médio, disse o analista do UBS, Giovanni Staunovo.
Matéria publicada na Reuters, no dia 05/06/2025, às 05:56 (horário de Brasília)