Petróleo oscila na semana, entre furacão nos EUA e risco de conflito entre Israel e Irã

Os preços do petróleo caíram nesta sexta-feira, mas estavam a caminho de registrar o segundo ganho semanal consecutivo, enquanto os investidores avaliavam o impacto dos danos causados pelo furacão sobre a demanda dos EUA, em comparação com possíveis interrupções no fornecimento, caso Israel ataque instalações de petróleo iranianas.

Os futuros do petróleo Brent caíram 66 centavos, ou 0,8%, para $78,74 por barril. Os futuros do petróleo bruto dos EUA, West Texas Intermediate (WTI), recuaram 65 centavos, ou 0,9%, para $75,20 por barril.

Apesar das quedas, ambos os índices de referência estavam prontos para encerrar a semana em alta.

“Um potencial ataque israelense à infraestrutura de petróleo iraniana apresenta um resultado binário para os mercados de petróleo, pois pode reduzir a sobrecarga de capacidade ociosa elevada, ao mesmo tempo que induz um prêmio de risco geopolítico significativo, o que explica o recente aumento na volatilidade dos mercados de petróleo,” afirmou o Barclays em nota a clientes.

Yeap Jun Rong, estrategista de mercado da IG, destacou que as reservas sobre os altos estoques de petróleo bruto e a possibilidade de uma flexibilização monetária mais gradual pelo Federal Reserve dos EUA colocaram a recente alta em espera.

Nos EUA, o furacão Milton atingiu o Oceano Atlântico na quinta-feira, após atravessar a Flórida de maneira destrutiva, matando pelo menos 10 pessoas e deixando milhões sem energia. A destruição pode reduzir o consumo de combustível em algumas áreas do maior produtor e consumidor de petróleo do mundo.

Os preços do petróleo dispararam este mês depois que o Irã lançou mais de 180 mísseis contra Israel em 1º de outubro, aumentando as chances de retaliação contra instalações de petróleo iranianas. Israel ainda não respondeu, e os preços do petróleo permaneceram relativamente estáveis ao longo da semana.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que qualquer ataque contra o Irã seria “letal, preciso e surpreendente”.

O Irã apoia vários grupos que lutam contra Israel, incluindo o Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza e os houthis no Iêmen.

Enquanto isso, estados do Golfo estão pressionando Washington para impedir que Israel ataque as instalações de petróleo do Irã, preocupados com a possibilidade de suas próprias instalações serem atacadas por aliados de Teerã, caso o conflito escale, disseram três fontes do Golfo à Reuters.

Do lado da oferta, a National Oil Corporation da Líbia anunciou na quinta-feira que restaurou a produção para níveis próximos aos observados antes da crise do banco central do país, atingindo 1,22 milhão de barris por dia.

Matéria publicada pela Reuters no dia 11/10/2024, às 10h38 (horário de Brasília)