Petróleo recupera algumas perdas após tensões comerciais entre EUA e China
Os preços do petróleo subiram na segunda-feira, após atingirem mínimas de cinco meses na sessão anterior, com os investidores se concentrando em possíveis negociações entre os presidentes dos Estados Unidos e da China, que poderiam aliviar as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiram US$ 1,08, ou 1,7%, para US$ 63,81 o barril às 07h56 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, estava cotado a US$ 60,03 o barril, com alta de US$ 1,13, ou 1,92%. Ambos os contratos perderam cerca de 4% na sexta-feira, atingindo o menor nível desde maio.
O sentimento do mercado também foi impulsionado pela libertação dos últimos 20 reféns israelenses sobreviventes pelo grupo militante palestino Hamas na segunda-feira, sob um acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA. Isso foi visto como um grande passo para encerrar dois anos de guerra em Gaza, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, proclamava o “amanhecer histórico de um novo Oriente Médio”.
“O colapso dos preços da semana passada ocorreu em grande parte devido ao cessar-fogo em Gaza e ao retorno da volatilidade comercial entre os EUA e a China antes do prazo final da trégua comercial de 10 de novembro”, disse Suvro Sarkar, analista de energia do DBS.
A liquidação nos mercados agora parece ser limitada pela disposição de Washington e Pequim em negociar, disse ele, acrescentando que a perspectiva de curto prazo depende do resultado final das negociações comerciais.
As tensões comerciais aumentaram na semana passada, depois que a China expandiu seus controles de exportação de terras raras. Em resposta, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse na sexta-feira que imporia tarifas de 100% sobre as exportações da China com destino aos EUA.
Um encontro esperado entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, ainda este mês ficou em dúvida depois que Trump afirmou na sexta-feira que não havia motivo para se encontrar com seu homólogo. O representante comercial dos EUA, Jamison Greer, disse no domingo que um encontro ainda poderia acontecer na Coreia do Sul, à margem do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico.
Os preços do petróleo caíram em março e abril, no auge das tensões comerciais entre os dois países.
Do lado da demanda, as importações de petróleo bruto da China em setembro aumentaram 3,9% em relação ao ano anterior, para 11,5 milhões de barris por dia, mostraram dados alfandegários.
Matéria publicada na Reuters, no dia 13/10/2025, às 05:20 (horário de Brasília)
