Petróleo registra alta após China sinalizar política monetária mais flexível

Os preços do petróleo subiram mais de 1% nesta segunda-feira, depois que a China, principal importadora mundial, sinalizou sua primeira mudança em direção a uma política monetária mais flexível desde 2010, como parte de um esforço para impulsionar o crescimento econômico. A informação foi divulgada pela mídia estatal, citando uma reunião do Politburo.

Os contratos futuros do petróleo Brent subiram US$ 1, ou 1,4%, para US$ 72,12 por barril. Já os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) nos Estados Unidos avançaram US$ 1,09, ou 1,6%, para US$ 68,29.

“A flexibilização da política monetária na China provavelmente é o motor da recuperação dos preços do petróleo, sustentando o apetite por risco,” disse o analista Giovanni Staunovo, do UBS.

O crescimento da China estagnou devido a uma queda no mercado imobiliário, o que afetou a confiança e o consumo.

A desaceleração chinesa foi um dos fatores que levaram o grupo de produtores de petróleo OPEP+ a decidir na semana passada adiar os planos de aumento de produção até abril.

A China adotará uma política monetária “moderadamente frouxa”, de acordo com o comunicado oficial de uma reunião de altos funcionários do Partido Comunista. Esse termo foi utilizado pela última vez em 2010, quando o país buscava sustentar a recuperação da crise financeira global.

“No entanto, o anúncio carece de detalhes”, observou Tamas Varga, da corretora de petróleo PVM, acrescentando que um suporte de preços credível, na forma de uma recuperação da demanda chinesa por petróleo, só ocorrerá quando o sentimento e o gasto do consumidor melhorarem.

A flexibilização da política refere-se a ações de um banco central ou governo, como o aumento da oferta monetária, redução de taxas de juros e implementação de estímulos fiscais, para impulsionar o crescimento.

Também contribuindo para o aumento dos preços do petróleo está a incerteza após a queda do presidente sírio Bashar al-Assad.

Rebeldes sírios anunciaram na televisão estatal no domingo que haviam deposto Assad, encerrando uma dinastia familiar de 50 anos em uma ofensiva relâmpago que levantou temores de uma nova onda de instabilidade em uma região já marcada por guerras.

“O desenvolvimento na Síria adicionou uma nova camada de incerteza política no Oriente Médio, fornecendo algum suporte ao mercado,” disse Tomomichi Akuta, economista sênior da Mitsubishi UFJ Research and Consulting.

“Mas as reduções de preços da Arábia Saudita e a extensão do corte de produção da OPEP+ na semana passada ressaltaram a fraca demanda da China, indicando que o mercado pode enfraquecer até o final do ano,” afirmou ele, observando que investidores estão atentos aos primeiros sinais de qualquer impacto no mercado das esperadas políticas energéticas e do Oriente Médio do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.

A principal exportadora Saudi Aramco reduziu no domingo seus preços para compradores asiáticos em janeiro de 2025 para o menor nível desde o início de 2021.

Matéria publicada pela Reuters no dia 09/12/2024, às 11h06 (horário de Brasília)