Petróleo registra alta de mais de 1% devido a demanda e riscos geopolíticos
Os preços do petróleo subiram mais de 1% na quinta-feira, impulsionados por um aumento na demanda por combustível devido à chegada de um furacão na Flórida, com riscos de oferta no Oriente Médio também em foco.
Os contratos futuros do Brent subiram US$ 1,20, ou 1,6%, para US$ 77,78 o barril. Já os contratos futuros do West Texas Intermediate (WTI), dos EUA, aumentaram US$ 1,16, ou 1,6%, para US$ 74,40.
Nos Estados Unidos, o maior produtor e consumidor de petróleo do mundo, o furacão Milton atingiu a Flórida, onde cerca de um quarto dos postos de combustível ficaram sem gasolina, ajudando a sustentar os preços do petróleo.
Os preços dispararam neste mês após o Irã lançar mais de 180 mísseis contra Israel em 1º de outubro, aumentando a perspectiva de retaliação contra instalações petrolíferas iranianas. Com Israel ainda sem responder, os índices de referência do petróleo se estabilizaram ao longo da semana.
No entanto, os investidores continuaram cautelosos, dado que o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, prometeu que qualquer ataque contra o Irã seria “letal, preciso e surpreendente”.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre os planos de Israel em relação ao Irã, embora analistas do ANZ tenham afirmado que há uma preocupação crescente de que os aliados de Israel tenham pouca influência sobre sua estratégia.
Os estados do Golfo estão pressionando Washington para impedir que Israel ataque os locais de petróleo do Irã, pois temem que suas próprias instalações petrolíferas possam ser alvejadas por aliados de Teerã se o conflito escalar, disseram três fontes do Golfo à Reuters.
Mesmo com as ameaças ao Oriente Médio, uma região produtora de petróleo, em destaque, as preocupações com a demanda continuam a influenciar a perspectiva fundamental do mercado.
“Sem um excesso real de demanda ou uma escassez de oferta, o risco continuará inclinado para o lado negativo. Mesmo se a retórica belicosa de Israel se concretizar em um ataque às infraestruturas petrolíferas do Irã, a reação dos preços pode ser breve, embora violenta”, afirmou Tamas Varga, corretor de petróleo da PVM.
A Administração de Informações sobre Energia dos EUA (EIA) reduziu na terça-feira sua previsão de demanda para 2025, citando o enfraquecimento da atividade econômica na China e na América do Norte.
Dados da EIA divulgados na quarta-feira mostraram que os estoques de petróleo bruto aumentaram mais do que o esperado pelos analistas em uma pesquisa da Reuters.
Matéria publicada pela Reuters no dia 10/10/2024, às 10h42 (horário de Brasília)