Petróleo registra queda pelo terceiro mês consecutivo, apesar de temores de escalada no Oriente Médio

Os preços do petróleo caíram nesta segunda-feira e estavam a caminho de registrar queda pelo terceiro mês consecutivo, já que a forte perspectiva de oferta e dúvidas sobre a demanda superaram os temores de que os ataques israelenses no Líbano e no Iêmen pudessem intensificar o conflito no Oriente Médio.

Os contratos futuros do petróleo Brent para entrega em novembro, que vencem na segunda-feira, caíram 35 centavos, ou 0,5%, para US$ 71,63 o barril. Os contratos futuros do West Texas Intermediate (WTI) dos Estados Unidos caíram 12 centavos, ou 0,2%, para US$ 68,06.

Ambos os benchmarks haviam subido mais de US$ 1 mais cedo.

O Brent estava a caminho de perder mais de 9% no comparativo mensal, o que seria sua maior queda desde novembro de 2022. O WTI estava prestes a cair mais de 7% desde o final de agosto.

Na segunda-feira, os preços foram sustentados pela possibilidade de que o Irã, um produtor-chave e membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), possa ser diretamente envolvido no conflito crescente no Oriente Médio.

Desde a semana passada, Israel intensificou os ataques, realizando bombardeios que mataram líderes do Hezbollah e do Hamas no Líbano e atingiram alvos dos Houthis no Iêmen. Os três grupos são apoiados pelo Irã.

“Suspeitamos que alguns participantes do mercado de petróleo vão ignorar essa escalada, dado que ainda não houve uma grande interrupção física no fornecimento, e o Irã não demonstrou qualquer apetite para entrar neste conflito que já dura quase um ano”, disse Helima Croft, da RBC Capital Markets.

Os preços do petróleo também tiveram uma resposta moderada ao anúncio de medidas de estímulo fiscal de Pequim, na semana passada, na segunda maior economia do mundo e maior importadora de petróleo.

Os traders questionam se essas medidas serão suficientes para impulsionar a demanda mais fraca do que o esperado da China até agora neste ano.

Os dados divulgados na segunda-feira não foram encorajadores para a demanda, mostrando que a atividade manufatureira da China encolheu pelo quinto mês consecutivo e o setor de serviços desacelerou acentuadamente em setembro.

A perspectiva de recuperação da produção de petróleo da Líbia também pesava no mercado. O parlamento do leste da Líbia concordou na segunda-feira em aprovar a nomeação de um novo presidente do banco central, um movimento que pode ajudar a encerrar a crise que reduziu a produção de petróleo do país.

Matéria publicada pela Reuters no dia 30/09/2024, às 10h52 (horário de Brasília)