Petróleo registra queda semanal de 3% com previsões de superávit em 2025

Os preços do petróleo caíram nesta sexta-feira devido a preocupações com o crescimento da demanda em 2025, especialmente no principal importador de petróleo, a China, colocando os benchmarks globais de petróleo em rota para terminar a semana com queda de mais de 3%.

Os contratos futuros do Brent recuaram 32 centavos, ou 0,4%, para US$ 72,56 por barril. Os futuros do West Texas Intermediate (WTI), dos Estados Unidos, também caíram 32 centavos, ou 0,5%, para US$ 69,06 por barril.

A refinaria estatal chinesa Sinopec afirmou em seu panorama energético anual, divulgado na quinta-feira, que as importações de petróleo bruto da China podem atingir o pico já em 2025, e o consumo de petróleo no país atingiria seu auge em 2027, devido à diminuição da demanda por diesel e gasolina.

“Os preços do petróleo de referência estão em uma fase prolongada de consolidação, com o mercado se aproximando do final do ano, pesados pela incerteza no crescimento da demanda por petróleo”, disse Emril Jamil, especialista sênior em pesquisa da LSEG.

Ele acrescentou que a OPEP+ precisará de disciplina na oferta para elevar os preços e acalmar os nervos do mercado, abalados por revisões contínuas nas perspectivas de crescimento da demanda. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos como OPEP+, recentemente cortaram sua previsão de crescimento para a demanda global de petróleo em 2024 pelo quinto mês consecutivo.

O JPMorgan prevê que o mercado de petróleo passará de equilíbrio em 2024 para um excedente de 1,2 milhão de barris por dia (bpd) em 2025, já que o banco projeta um aumento de 1,8 milhão de bpd na oferta de países não pertencentes à OPEP+ em 2025, enquanto a produção da OPEP permaneceria nos níveis atuais.

Enquanto isso, a alta do dólar para perto de um pico de dois anos também pressionou os preços do petróleo, depois que o Federal Reserve dos EUA sinalizou que seria cauteloso ao reduzir as taxas de juros em 2025.

Um dólar mais forte torna o petróleo mais caro para detentores de outras moedas, enquanto um ritmo mais lento de cortes de juros pode desacelerar o crescimento econômico e reduzir a demanda por petróleo.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que a União Europeia pode enfrentar tarifas caso o bloco não reduza seu crescente déficit com os Estados Unidos, realizando grandes negociações de petróleo e gás com a maior economia do mundo.

Em uma medida que pode reduzir a oferta, os países do G7 estão considerando maneiras de apertar o teto de preço do petróleo russo, como uma proibição total ou a redução do limite de preço, informou a Bloomberg na quinta-feira.

A Rússia tem contornado o teto de US$ 60 por barril, imposto em 2022, utilizando sua “frota sombria” de navios, que a União Europeia e o Reino Unido têm como alvo com novas sanções nos últimos dias.

Matéria publicada pela Reuters no dia 20/12/2024, às 10h22 (horário de Brasília)