Petróleo salta mais de 3% após OPEP+ manter aumento de produção inalterado
Os preços do petróleo subiram cerca de 3% na segunda-feira, depois que o grupo produtor Opep+ manteve os aumentos de produção em julho no mesmo nível dos dois meses anteriores.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiram US$ 2,28, ou 3,63%, para US$ 65,06 o barril às 08h18 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, subiu US$ 2,45, ou 4,03%, para US$ 63,24.
Ambos os contratos perderam mais de 1% na semana passada.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos coletivamente como OPEP+, decidiram no sábado aumentar a produção em 411.000 barris por dia (bpd) em julho, o terceiro aumento mensal consecutivo dessa quantidade, na tentativa de reconquistar participação de mercado e punir os membros que produziram mais do que suas cotas.
Fontes familiarizadas com as negociações da OPEP+ disseram na sexta-feira que o grupo poderia discutir um aumento ainda maior.
Os comerciantes de petróleo disseram que o aumento de 411.000 bpd já havia sido precificado nos contratos futuros de Brent e WTI.
“Se eles tivessem feito uma oferta surpreendentemente maior, a abertura do preço de segunda-feira teria sido realmente muito ruim”, escreveu o analista do Onyx Capital Group, Harry Tchilinguirian, no LinkedIn.
O Cazaquistão informou a OPEP que não pretende reduzir a produção de petróleo, informou a agência de notícias russa Interfax na quinta-feira, citando o vice-ministro de energia do Cazaquistão.
“Dadas as circunstâncias de perda de participação de mercado e a admissão quase honesta demais do Cazaquistão de que não cortaria a produção, parece haver pouca escolha”, disse o analista da PVM, John Evans, sobre a decisão da OPEP+.
Os preços do petróleo precisariam cair para US$ 58 o barril ou menos para que não fosse lucrativo para o Cazaquistão produzir em excesso sua cota, disse Bjarne Schieldrop, analista-chefe de commodities do SEB.
Analistas do Goldman Sachs esperam que a OPEP+ implemente um aumento final de produção de 410.000 bpd em agosto.
“Fundamentos do petróleo spot relativamente apertados, dados de atividade global robustos e suporte sazonal de verão à demanda por petróleo sugerem que a desaceleração esperada na demanda provavelmente não será acentuada o suficiente para impedir o aumento da produção ao decidir os níveis de produção de agosto em 6 de julho”, disse o banco em nota.
Analistas do Morgan Stanley também disseram que esperam que 411.000 bpd sejam adicionados novamente a cada mês, até um total de 2,2 milhões de bpd até outubro.
“Com este último anúncio, há poucos sinais de que o ritmo de aumento de cotas esteja diminuindo”, disseram os analistas do banco.
Matéria publicada na Reuters, no dia 02/06/2025, às 05:38 (horário de Brasília)