Petróleo se mantém estável enquanto prazo de 50 dias de Trump para a Rússia alivia temores sobre fornecimento
Os preços do petróleo ficaram pouco alterados na terça-feira depois que o longo prazo de 50 dias do presidente dos EUA, Donald Trump, para a Rússia encerrar a guerra na Ucrânia e evitar sanções aliviou as preocupações imediatas com o fornecimento.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 1 centavo, para US$ 69,22 o barril, às 09:01 (horário de Brasília). Os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate, dos EUA, caíram 7 centavos, para US$ 66,91.
“O foco tem sido Donald Trump. Havia algum receio de que ele pudesse aplicar sanções imediatas à Rússia, e agora ele concedeu mais 50 dias”, disse Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS. “Esses temores sobre uma iminente restrição adicional no mercado se dissiparam. Essa é a questão principal.”
Os preços do petróleo subiram devido às potenciais sanções, mas depois perderam ganhos, pois o prazo de 50 dias aumentou as esperanças de que as sanções poderiam ser evitadas.
Se Trump seguir adiante e as sanções propostas forem implementadas, “isso mudaria drasticamente a perspectiva para o mercado de petróleo”, disseram analistas do ING em nota na terça-feira.
“China, Índia e Turquia são os maiores compradores de petróleo bruto russo. Eles precisariam ponderar os benefícios de comprar petróleo bruto russo com desconto em relação ao custo de suas exportações para os EUA”, diz a nota do ING.
Trump anunciou novas armas para a Ucrânia na segunda-feira e disse no sábado que imporia uma tarifa de 30% sobre a maioria das importações da União Europeia e do México a partir de 1º de agosto, somando-se a alertas semelhantes para outros países.
As tarifas aumentam o risco de crescimento econômico mais lento, o que pode reduzir a demanda global por combustível e pressionar os preços do petróleo para baixo.
A economia da China desacelerou no segundo trimestre, mostraram dados na terça-feira, com os mercados se preparando para um segundo semestre mais fraco, à medida que as exportações perdem força, os preços continuam caindo e a confiança do consumidor permanece baixa.
Tony Sycamore, analista da IG, disse que o crescimento econômico na China ficou acima do consenso, em grande parte devido ao forte apoio fiscal e à antecipação da produção e das exportações para superar as tarifas dos EUA.
“Os dados chineses mornos de hoje têm implicações diretas para commodities como minério de ferro e petróleo bruto”, disse ele.
Em outros lugares, a demanda por petróleo deve permanecer “muito forte” durante o terceiro trimestre, mantendo o mercado equilibrado no curto prazo, disse o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, de acordo com uma reportagem da mídia russa.
Matéria publicada na Reuters, no dia 15/07/2025, às 09:10 (horário de Brasília)
