Petróleo sobe 4% na semana com escalada de tensões e apoio chinês às importações
Os preços do petróleo caíram nesta sexta-feira, mas estavam a caminho de registrar um aumento semanal de quase 4%, já que a intensificação da guerra na Ucrânia adicionou um prêmio de risco geopolítico aos mercados de petróleo.
Os futuros do Brent recuaram 65 centavos, ou 0,88%, para $73,58 por barril. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) caíram 66 centavos, ou 0,94%, para $69,44 por barril.
Pressionando os preços nesta sexta-feira, a atividade empresarial da zona do euro teve uma inesperada e acentuada piora neste mês, com o setor dominante de serviços contraindo e a manufatura afundando ainda mais em recessão.
O maior campo petrolífero do Cazaquistão, Tengiz, está programado para retomar a produção total no início de dezembro, informou a agência de notícias russa Interfax nesta sexta-feira. Enquanto isso, o Ministério da Energia do Cazaquistão anunciou planos de produzir 90 milhões de toneladas métricas de petróleo em 2025, um aumento em relação às 88 milhões de toneladas previstas para 2024.
Ambos os contratos estavam prontos para ganhos de quase 4% nesta semana, enquanto Moscou intensifica sua ofensiva contra a Ucrânia, após Reino Unido e Estados Unidos permitirem que Kiev lançasse ataques mais profundos em território russo com seus mísseis.
“A escalada Rússia-Ucrânia elevou as tensões geopolíticas para além dos níveis vistos durante o conflito de um ano entre Israel e militantes apoiados pelo Irã”, disse o analista do Saxo Bank, Ole Hansen, nesta sexta-feira.
Ele acrescentou que o aumento das margens de refino e a chegada de uma onda de frio também sustentaram as margens de lucro das refinarias de destilados e os preços mais amplos do petróleo nesta semana.
O Kremlin declarou nesta sexta-feira que um ataque à Ucrânia com um míssil balístico hipersônico recém-desenvolvido foi uma mensagem ao Ocidente de que Moscou responderá com severidade a quaisquer ações “imprudentes” dos países ocidentais em apoio à Ucrânia.
A Ucrânia utilizou drones para atacar a infraestrutura petrolífera russa, como em junho, quando usou drones de ataque de longo alcance para atingir quatro refinarias russas.
“O que o mercado teme é uma destruição acidental em qualquer parte das cadeias de petróleo, gás e refino que não apenas cause danos de longo prazo, mas também acelere uma espiral de guerra”, afirmou o analista da PVM, John Evans.
Também apoiando os preços nesta semana, a China anunciou na quinta-feira medidas políticas para impulsionar o comércio, incluindo apoio às importações de produtos energéticos, em meio a preocupações com as ameaças do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas.
As importações chinesas de petróleo bruto devem se recuperar em novembro, de acordo com analistas, comerciantes e dados de rastreamento de navios.
Matéria publicada pela Reuters no dia 22/11/2024, às 10h27 (horário de Brasília)