Petróleo sobe com dólar mais fraco e interrupções no fornecimento da Rússia
Os preços do petróleo subiram 1% na segunda-feira devido a preocupações com interrupções no fornecimento decorrentes da intensificação dos ataques aéreos entre Rússia e Ucrânia, bem como ao enfraquecimento do dólar.
O petróleo Brent subia 62 centavos, ou 0,9%, para US$ 68,10 o barril às 07h19 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, subia 65 centavos, ou 1%, para US$ 64,66. A previsão é de que as negociações sejam suspensas devido a um feriado público nos EUA.
Os petróleos Brent e WTI registraram seus primeiros declínios mensais em quatro meses em agosto, perdendo 6% ou mais devido ao aumento da oferta do grupo de produtores OPEP+.
“O petróleo bruto caiu em agosto e começou setembro sem uma direção clara dentro das faixas estabelecidas, já que os temores de um excesso de oferta no quarto trimestre são compensados por tensões geopolíticas”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank.
Os investidores estavam focados em Pequim, onde o presidente chinês Xi Jinping, o colega russo Vladimir Putin e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi participam de uma cúpula regional. Também no radar estava a reunião da OPEP+ em 7 de setembro, acrescentou Hansen.
Os mercados continuam preocupados com os fluxos de petróleo russo, com os embarques semanais de seus portos caindo para uma baixa de quatro semanas de 2,72 milhões de barris por dia (bpd), de acordo com dados de rastreadores de petroleiros citados por analistas do ANZ.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, prometeu no domingo retaliar com mais ataques em território russo após ataques de drones russos a usinas de energia no norte e no sul da Ucrânia. Ambos os países intensificaram os ataques aéreos nas últimas semanas, visando infraestrutura energética e interrompendo as exportações de petróleo russo.
Uma pesquisa da Reuters na sexta-feira mostrou que os preços do petróleo provavelmente não vão subir muito em relação aos níveis atuais neste ano, já que o aumento da produção dos principais produtores aumenta o risco de superávit e as ameaças tarifárias dos EUA pesam sobre o crescimento da demanda.
Saindo da temporada de verão, os estoques de petróleo devem aumentar no último trimestre de 2025 e no primeiro trimestre de 2026, disseram analistas do HSBC em nota, com um superávit de 1,6 milhão de barris por dia no quarto trimestre.
Em outros lugares, o relatório do mercado de trabalho dos EUA desta semana dará uma ideia da saúde da economia e testará a confiança dos investidores de que os cortes nas taxas de juros ocorrerão em breve, uma visão que fortaleceu o apetite por ativos mais arriscados, como commodities.
Antes dos dados, o dólar estava próximo da mínima de cinco semanas na segunda-feira, tornando o petróleo mais barato para compradores que usam outras moedas.
Matéria publicada na Reuters, no dia 01/09/2025, às 04:26 (horário de Brasília)
