Petróleo sobe com otimismo sobre negociações entre EUA e China, aliviando tensões comerciais

Os preços do petróleo subiram na terça-feira, enquanto os investidores aguardavam o resultado das negociações comerciais entre os EUA e a China e o fornecimento de petróleo da Arábia Saudita para a China deve cair ligeiramente.

Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 34 centavos, ou 0,5%, para US$ 67,38 o barril às 07h45 (horário de Brasília). O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, subiu 33 centavos, ou 0,5%, para US$ 65,62.

Na segunda-feira, o Brent subiu para US$ 67,19, o maior valor desde 28 de abril, impulsionado pela perspectiva de um acordo comercial entre EUA e China.

As negociações comerciais entre os EUA e a China devem continuar pelo segundo dia em Londres, enquanto as principais autoridades buscam aliviar as tensões que se expandiram de tarifas a restrições de terras raras, arriscando interrupções na cadeia de suprimentos global e crescimento mais lento.

“Há um sentimento de otimismo em torno dessas negociações comerciais, o mercado está esperando para ver o que isso produzirá e isso está sustentando os preços”, disse Harry Tchilinguirian, chefe de grupo de pesquisa do Onyx Capital Group.

Os preços se recuperaram à medida que as preocupações com a demanda diminuíram com as negociações comerciais entre Washington e Pequim e um relatório favorável de empregos nos EUA, enquanto há riscos para o fornecimento da América do Norte devido aos incêndios florestais no Canadá, disseram analistas do Goldman Sachs.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na segunda-feira que as negociações com a China estavam indo bem e que ele “estava recebendo apenas bons relatórios” de sua equipe em Londres.

Um acordo comercial entre os EUA e a China poderia apoiar a perspectiva econômica global e aumentar a demanda por commodities, incluindo petróleo.

A empresa estatal de petróleo da Arábia Saudita, Saudi Aramco, enviará cerca de 47 milhões de barris para a China em julho, segundo uma contagem de alocações para refinarias chinesas, 1 milhão de barris a menos do que o volume alocado em junho, informou a Reuters.

“As alocações sauditas podem ser um sinal precoce de que a reversão da OPEP+ pode não significar, na verdade, um aumento tão grande na oferta”, disse Tchilinguirian. “Depois de todas essas revisões, seria de se esperar que receberíamos mais do país que pode produzir mais.”

A OPEP+, que produz cerca de metade do petróleo mundial e inclui membros da OPEP e aliados como a Rússia, apresentou planos para um aumento de 411.000 barris por dia em julho, buscando reconquistar participação de mercado e punir produtores em excesso. A organização deve reverter os cortes de produção pelo quarto mês consecutivo.

Uma pesquisa da Reuters descobriu que a produção de petróleo da OPEP aumentou em maio, embora o aumento tenha sido limitado, já que o Iraque produziu abaixo da meta para compensar a superprodução anterior e a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos fizeram aumentos menores do que o permitido.

“A perspectiva de novos aumentos na oferta da OPEP continua pairando sobre o mercado”, disse Daniel Hynes, estrategista sênior de commodities do ANZ, em nota.

Em outro lugar, o Irã disse que em breve entregaria uma contraproposta para um acordo nuclear aos EUA em resposta a uma oferta americana que Teerã considera “inaceitável”, enquanto Trump deixou claro que os dois lados continuam em desacordo sobre se o país teria permissão para continuar enriquecendo urânio em solo iraniano.

O Irã é o terceiro maior produtor entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e qualquer flexibilização das sanções dos EUA ao Irã permitiria que o país exportasse mais petróleo, o que pesaria sobre os preços globais do petróleo bruto.

Matéria publicada na Reuters, no dia 10/06/2025, às 04:57 (horário de Brasília)