PIB dos EUA se recupera e avança 3% no segundo trimestre, acima do esperado
O crescimento econômico dos Estados Unidos se recuperou mais do que o esperado no segundo trimestre, mas os dados exageraram a saúde da economia já que as importações foram responsáveis pela maior parte da melhora e os gastos dos consumidores aumentaram moderadamente.
O Produto Interno Bruto cresceu a uma taxa anualizada de 3,0% no segundo trimestre, informou o Departamento de Comércio nesta quarta-feira. A economia contraiu a um ritmo de 0,5% no trimestre de janeiro a março, a primeira queda do PIB em três anos.
O dado principal do PIB foi fortemente distorcido pelo comércio, como foi o caso no primeiro trimestre. Economistas afirmam que a política comercial protecionista do presidente Donald Trump, incluindo tarifas abrangentes sobre as importações, bem como o adiamento de tarifas mais altas, dificultou a obtenção de uma noção clara sobre a economia.
Economistas falam em se concentrar nas vendas finais para compradores domésticos privados, consideradas por economistas e autoridades como um termômetro do crescimento econômico subjacente dos EUA.
A corrida para superar as tarifas aumentou as importações no primeiro trimestre, resultando em um déficit recorde no comércio de mercadorias que pesou sobre a economia. Essa tendência se inverteu no segundo trimestre.
Uma pesquisa da Reuters com economistas apontava que o PIB se recuperaria a uma taxa anualizada de 2,4%. No entanto, a pesquisa foi concluída antes que dados de terça-feira mostrassem que o déficit comercial de mercadorias havia diminuído para o menor valor em quase dois anos em junho e que os estoques aumentaram marginalmente.
Isso levou os economistas a atualizarem suas estimativas de crescimento do PIB em até 0,8 ponto percentual, para um ritmo de 3,3%. O comércio e os estoques são os componentes mais voláteis do PIB.
Economistas preveem um crescimento econômico fraco no segundo semestre. Embora a Casa Branca tenha anunciado uma série de acordos comerciais, especialistas disseram que a taxa tarifária efetiva do país continua sendo uma das mais altas desde a década de 1930 e observaram que cerca de 60% das importações do país permanecem descobertas por um acordo.
O Federal Reserve deve manter sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50% ao final de sua reunião de política monetária nesta quarta-feira, resistindo à pressão de Trump para reduzir os custos dos empréstimos.
Matéria publicada no portal InfoMoney, no dia 30/07/2025, às 09:49 (horário de Brasília)