Notícia

Os preços do petróleo Brent recuaram mais de 2% na terça-feira, à medida que o crescimento econômico fraco na China, o maior importador de petróleo bruto do mundo, intensificou as preocupações com a demanda, ofuscando o impacto da produção e exportação interrompidas na Líbia.

Os futuros do petróleo Brent caíram $1,66, ou 2,1%, para $75,86 por barril.

Os futuros do petróleo West Texas Intermediate, que não tiveram liquidação na segunda-feira devido ao feriado do Dia do Trabalho nos EUA, caíram $1,07, ou 1,5%, para $72,48.

“O PMI de manufatura chinês mais fraco do que o esperado durante o fim de semana provavelmente exacerbou as preocupações sobre o desempenho da economia chinesa”, disse Charalampos Pissouros, analista sênior de investimentos da corretora XM.

“As notícias da Líbia e do Oriente Médio estão mantendo um piso nos preços, deixando a porta aberta para uma recuperação adicional no futuro próximo.”

Na segunda-feira, a China relatou que os novos pedidos de exportação caíram pela primeira vez em oito meses em julho e que os preços das novas casas subiram em agosto no ritmo mais fraco deste ano.

Na Líbia, as exportações de petróleo nos principais portos foram interrompidas na segunda-feira e a produção foi reduzida em todo o país, disseram seis engenheiros à Reuters, continuando um impasse entre facções políticas rivais pelo controle do banco central e da receita do petróleo.

Até agora, há um suporte limitado para uma alta dos preços devido às grandes interrupções na produção na Líbia, devido à incerteza sobre quanto tempo essas interrupções podem durar, disse o analista da UBS, Giovanni Staunovo.

A National Oil Corp (NOC) da Líbia declarou força maior no campo de petróleo El Feel a partir de 2 de setembro.

A produção total caiu para pouco mais de 591.000 barris por dia (bpd) em 28 de agosto, de quase 959.000 bpd em 26 de agosto, disse a NOC. A produção estava em cerca de 1,28 milhão de bpd em 20 de julho, informou a empresa.

Parte da oferta está prevista para retornar ao mercado, pois oito membros da OPEP e afiliados, conhecidos como OPEP+, estão programados para aumentar a produção em 180.000 bpd em outubro. O plano provavelmente seguirá adiante, independentemente das preocupações com a demanda, disseram fontes do setor.

“Resta saber até onde os preços podem cair antes que a OPEP+ reaja, já que a maioria dos membros do cartel precisa de preços acima dos níveis atuais para se aproximar de equilibrar os orçamentos”, disse o analista da Panmure Liberum, Ashley Kelty.

Interrupções contínuas nos fluxos de suprimento do Oriente Médio também estão apoiando o mercado. Dois petroleiros foram atacados na segunda-feira no Mar Vermelho, ao largo do Iêmen, mas não sofreram grandes danos.

Matéria publicada pela Reuters no dia 03/09/2024, às 09h05 (horário de Brasília)