Preços do petróleo em baixa, prestes a maior queda mensal desde 2021
Os preços do petróleo ampliaram as quedas nesta quarta-feira e devem registrar a maior queda mensal em quase três anos e meio, uma vez que a guerra comercial global prejudicou a perspectiva para a demanda por combustível, enquanto preocupações com o aumento da oferta também pesaram.
Recuperando algumas perdas anteriores, os futuros do petróleo Brent caíram 63 centavos, ou 1%, para US$ 63,62 o barril, às 09h59 (horário de Brasília). Os futuros do petróleo West Texas Intermediate, dos EUA, caíram 42 centavos, ou 0,7%, para US$ 60,00 o barril.
Até agora neste mês, Brent e WTI perderam cerca de 15% e 16%, respectivamente, as maiores quedas percentuais desde novembro de 2021.
Ambas as referências despencaram após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, em 2 de abril, de tarifas sobre todas as importações dos EUA. Em seguida, caíram ainda mais para as mínimas em quatro anos, com a China respondendo com impostos, alimentando uma guerra comercial entre os dois principais países consumidores de petróleo.
As tarifas de Trump tornaram provável que a economia global entre em recessão neste ano, de acordo com uma pesquisa da Reuters.
A atividade fabril da China contraiu no ritmo mais rápido em 16 meses em abril, mostrou uma pesquisa fabril na quarta-feira.
A confiança do consumidor dos EUA caiu para uma mínima de quase cinco anos em abril devido às crescentes preocupações com tarifas, mostraram dados na terça-feira.
Embora as ordens assinadas por Trump na terça-feira para suavizar o impacto das tarifas automotivas tenham aliviado o nervosismo entre os investidores, os preços do petróleo também foram prejudicados pelas preocupações com o aumento da oferta da OPEP+.
Vários membros da OPEP+ sugerirão uma intensificação dos aumentos de produção pelo segundo mês consecutivo em junho, disseram fontes à Reuters na semana passada. O grupo se reunirá em 5 de maio para discutir os planos de produção.
“A possibilidade muito real de que a OPEP+ continue a trazer barris extras para o mercado enquanto luta para manter a ordem entre seus membros se soma às investidas diplomáticas na Ucrânia e no Irã, que, se bem-sucedidas, significam mais petróleo bruto internacional no mercado em um momento em que uma guerra comercial acabará com qualquer esperança de crescimento da demanda”, disseram analistas da PVM.
Também enviando sinais de baixa no lado da oferta, os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram em 3,8 milhões de barris na semana passada, disseram fontes do mercado na terça-feira, citando dados do Instituto Americano de Petróleo.
Os dados do governo dos EUA serão divulgados às 10h30 (horário do leste dos EUA) (14h30 GMT). Analistas consultados pela Reuters esperam, em média, um aumento de 400.000 barris nos estoques de petróleo bruto dos EUA.
Matéria publicada na Reuters, no dia 30/04/2025, às 06:10 (horário de Brasília)