Preços do petróleo estáveis, com interrupções no fornecimento venezuelano equilibrando preocupações com excedente

Os preços do petróleo mantiveram-se estáveis ​​nesta segunda-feira, com os investidores ponderando as interrupções no fornecimento ligadas ao aumento das tensões entre os EUA e a Venezuela, as preocupações com o excesso de oferta e o impacto de um possível acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia.

Os contratos futuros do petróleo Brent caíram 16 centavos, ou 0,26%, para US$ 60,96 o barril às 08:31 (horário de Brasília), e o petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA estava cotado a US$ 57,27 o barril, uma queda de 17 centavos, ou 0,3%.

Ambos os contratos caíram mais de 4% na semana passada, pressionados pelas expectativas de um excedente global de petróleo em 2026.

“A queda gradual dos preços do petróleo e o alcance das mínimas do mês nos principais mercados futuros na semana passada poderiam ter levado a preços ainda mais negativos se não fosse pelo aumento da pressão dos Estados Unidos em relação à Venezuela”, disse o analista da PVM, John Evans.

As exportações de petróleo da Venezuela caíram drasticamente desde que os EUA apreenderam um petroleiro na semana passada e impuseram novas sanções a empresas de transporte marítimo e embarcações que fazem negócios com o produtor de petróleo latino-americano, de acordo com dados de navegação, documentos e fontes marítimas.

O mercado está acompanhando de perto os desdobramentos e seu impacto no fornecimento de petróleo. A Reuters noticiou que os EUA planejam interceptar mais navios que transportam petróleo venezuelano após a apreensão do petroleiro, intensificando a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, ofereceu-se para abandonar a aspiração do seu país de aderir à aliança militar da OTAN durante cinco horas de conversações com enviados dos EUA em Berlim, no domingo. As negociações deverão continuar na segunda-feira.

O enviado dos EUA, Steve Witkoff, disse que “muitos progressos foram feitos”, embora detalhes adicionais não tenham sido divulgados.

Um possível acordo de paz poderia eventualmente aumentar o fornecimento de petróleo russo, que atualmente está sujeito a sanções por parte dos países ocidentais.

“As negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia têm oscilado entre otimismo e cautela, enquanto as tensões entre a Venezuela e os EUA estão aumentando, gerando preocupações sobre possíveis interrupções no fornecimento”, disse Tsuyoshi Ueno, economista sênior do NLI Research Institute.

As crescentes expectativas de um excedente também pressionaram os preços.

A JPMorgan Commodities Research afirmou em nota divulgada no sábado que os excedentes de petróleo em 2025 devem aumentar ainda mais em 2026 e 2027, já que a oferta global de petróleo deve superar a demanda, expandindo-se a uma taxa três vezes maior que o crescimento da demanda até 2026.

Matéria publicada na Reuters, no dia 15/12/2025, às 05:48 (horário de Brasília)