Preços do petróleo se mantêm estáveis após queda, com dólar forte e oferta em alta
Os preços do petróleo se mantiveram amplamente estáveis nesta quinta-feira, com operadores aguardando após quedas ocorridas no início da semana devido ao fortalecimento do dólar americano e preocupações com a crescente oferta em meio ao crescimento lento da demanda.
Os futuros do Brent subiram 17 centavos, para US$ 72,45 o barril. Os futuros do West Texas Intermediate (WTI) nos EUA aumentaram 14 centavos, para US$ 68,57.
“O principal motor dos preços do petróleo, tanto no curto prazo quanto no futuro, será a direção do dólar americano”, disse o analista de investimentos da Phillip Nova, Danish Lim.
O recente rali do dólar tem sido uma pressão de baixa fundamental, afirmou Lim, que espera que os mercados de petróleo permaneçam voláteis, com viés de baixa.
O dólar disparou para seu maior nível em um ano nesta quinta-feira, ampliando os ganhos da alta de sete meses de quarta-feira em relação a outras moedas importantes, após dados mostrarem que a inflação nos EUA em outubro aumentou conforme esperado.
Isso, por sua vez, aumentou as preocupações com a desaceleração da demanda nos Estados Unidos.
O mercado é uma “mistura de fatores de demanda fraca”, com a mais recente preocupação sendo o rali nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos e um aumento na taxa de inflação implícita de 10 anos para 2,35%, disse o analista sênior de mercado da OANDA, Kelvin Wong.
“(Isso) aumenta as chances de um ciclo de corte de juros superficial pelo Fed em direção a 2025 (e) no geral, há menos liquidez para estimular um aumento na demanda por petróleo”, acrescentou.
A Agência Internacional de Energia (AIE) disse nesta quinta-feira que a oferta global de petróleo excederá a demanda em 2025, mesmo que os cortes permaneçam em vigor pela OPEP+, que agrupa a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados como a Rússia, à medida que a produção crescente dos Estados Unidos e de outros produtores externos supera a demanda fraca.
A agência com sede em Paris elevou sua previsão de crescimento da demanda para 2024 em 60 mil barris por dia, mas manteve quase inalterada sua previsão de crescimento da demanda para 2025 em 990 mil barris por dia.
Com a demanda em desaceleração na China, há poucos fatores de oferta e demanda sustentando mercados de petróleo em alta, disse a analista de mercado independente Tina Teng.
Matéria publicada pela Reuters no dia 14/11/2024, às 09h24 (horário de Brasília)