Preços do petróleo se mantêm estáveis ​​enquanto o mercado avalia notícias de possíveis sanções dos EUA contra a Rússia e bloqueio à Venezuela

Os preços do petróleo se estabilizaram na quinta-feira, enquanto os investidores avaliavam a probabilidade de novas sanções dos EUA contra a Rússia e os riscos de abastecimento representados pelo bloqueio de petroleiros venezuelanos.

Às 08:33 (horário de Brasília), o preço do petróleo Brent caiu 1 centavo, para US$ 59,67 por barril. Já o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiu 5 centavos, para US$ 55,99 por barril.

As intenções dos EUA de impor mais sanções contra a Rússia e a ameaça de bloqueio a petroleiros que transportam petróleo venezuelano e que estão sob sanções impulsionaram os preços para cima, disse o analista da PVM, John Evans.

Na quarta-feira, a Bloomberg noticiou que os EUA estão preparando uma nova rodada de sanções contra o setor energético russo, caso Moscou não concorde com um acordo de paz com a Ucrânia, citando fontes familiarizadas com o assunto. Um funcionário da Casa Branca disse à Reuters que o presidente Donald Trump ainda não tomou nenhuma decisão sobre as sanções contra a Rússia.

Novas medidas visando o petróleo russo podem representar um risco ainda maior para o abastecimento do mercado do que o anúncio feito por Trump na terça-feira de que os EUA bloqueariam a entrada e saída de petroleiros da Venezuela sob sanções, disseram analistas do ING em nota.

A União Europeia impôs sanções na quinta-feira a mais 41 navios da frota paralela da Rússia, elevando o total de embarcações sancionadas para quase 600.

Entretanto, o Reino Unido impôs sanções a 24 indivíduos e entidades como parte de seu regime de sanções contra a Rússia, incluindo a empresa petrolífera russa Tatneft e a Russneft, conforme um comunicado do governo divulgado na quinta-feira.

O bloqueio à Venezuela pode afetar 600 mil barris por dia das exportações de petróleo venezuelano, principalmente para a China, mas as exportações de 160 mil barris por dia para os EUA provavelmente continuarão, disse o ING. Chevron. Os navios continuavam a partir para os EUA sob uma autorização prévia do governo americano.

A maior parte das demais exportações venezuelanas permaneceu suspensa na quarta-feira, embora a estatal petrolífera PDVSA tenha retomado o carregamento de petróleo bruto e combustíveis após a paralisação das operações devido a um ataque cibernético, segundo fontes e dados alfandegários.

Não estava claro como um bloqueio dos EUA seria implementado. A Guarda Costeira dos EUA tomou na semana passada a medida sem precedentes de apreender um petroleiro venezuelano e fontes disseram que os EUA estavam se preparando para mais interceptações desse tipo.

O petróleo bruto venezuelano representa cerca de 1% da oferta mundial.

Matéria publicada na Reuters, no dia 18/12/2025, às 05:54 (horário de Brasília)