Preços do petróleo sobem com dados positivos da China e tensões no Oriente Médio

Os preços do petróleo subiram mais de 1% nesta segunda-feira, apoiados por uma forte atividade industrial na China e pelo aumento das tensões no Oriente Médio, onde Israel retomou ataques ao Líbano, apesar de um acordo de cessar-fogo.

Os futuros do Brent subiram 91 centavos, ou 1,27%, para US$ 72,75 por barril às 10h57 (horário de Brasília), enquanto o petróleo dos EUA West Texas Intermediate (WTI) avançou 97 centavos, ou 1,43%, para US$ 68,97.

“Os dados econômicos melhores do que o esperado na China estão apoiando os preços do petróleo, já que, até agora, os preços estavam sofrendo com preocupações relacionadas à demanda chinesa”, disse o analista do UBS Giovanni Staunovo.

Segundo ele, as medidas de estímulo estão começando a impactar a atividade econômica, o que deve ajudar a impulsionar a demanda por petróleo na China nos próximos meses.

Uma pesquisa do setor privado mostrou que a atividade industrial na China cresceu em novembro no ritmo mais rápido em cinco meses, aumentando o otimismo empresarial chinês justamente quando o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, intensifica suas iniciativas comerciais.

Os operadores também estão acompanhando os desdobramentos na Síria, avaliando se a recente escalada pode ampliar as tensões no Oriente Médio, disse Yeap Jun Rong, estrategista de mercado da IG.

Um cessar-fogo entre Israel e o Líbano, que entrou em vigor na última quarta-feira, parecia cada vez mais frágil. Autoridades libanesas afirmaram que pelo menos duas pessoas foram mortas nesta segunda-feira em ataques israelenses no sul do Líbano. Enquanto isso, os ataques aéreos se intensificaram na Síria, com o presidente Bashar al-Assad prometendo esmagar os insurgentes em Aleppo.

Ambos os principais referenciais do petróleo caíram mais de 3% na semana passada, pressionados por preocupações com a oferta, que se amenizaram após o conflito entre Israel e o Hezbollah, e por previsões de superávit para 2025, apesar dos cortes sustentados na produção esperados.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados, conhecidos como OPEP+, adiaram a próxima reunião do grupo para 5 de dezembro. Eles discutirão o adiamento de um aumento planejado na produção de petróleo, programado para janeiro, disseram fontes da OPEP+ à Reuters na semana passada.

“A atenção estará voltada para o possível adiamento do aumento planejado na produção, já que um adiamento por tempo indeterminado poderia aliviar a pressão de baixa sobre os preços”, disse George Pavel, gerente geral da Naga.com Middle East.

A reunião desta semana decidirá a política para os primeiros meses de 2025.

“Os gestores de recursos estão em cima do muro… o mercado está buscando clareza entre as implicações do futuro governo Trump e a política de oferta da OPEP+”, disse Harry Tchilinguirian, da Onyx Capital Group.

Matéria publicada pela Reuters no dia 02/12/2024, às 11h21 (horário de Brasília)