Preços do petróleo sobem com escalada de tensões entre Rússia e Ucrânia
Os preços do petróleo subiram nesta segunda-feira após a intensificação dos combates entre Rússia e Ucrânia no fim de semana, embora as preocupações com a demanda de combustível na China e as previsões de um excedente global de petróleo em 2025 tenham limitado os ganhos.
Os contratos futuros do Brent subiram 62 centavos, ou 0,87%, para 71,66 dólares por barril, enquanto os futuros do West Texas Intermediate (WTI) dos EUA estavam a 67,52 dólares por barril, uma alta de 50 centavos, ou 0,75%.
Em uma reviravolta significativa da política de Washington no conflito entre Ucrânia e Rússia, o governo do presidente Joe Biden permitiu que a Ucrânia utilizasse armas fabricadas nos EUA para atacar em profundidade o território russo, disseram no domingo dois funcionários americanos e uma fonte familiarizada com a decisão.
O Kremlin afirmou nesta segunda-feira que a Rússia responderá ao que chamou de decisão imprudente da administração Biden, tendo anteriormente alertado que tal decisão aumentaria o risco de um confronto com a aliança liderada pela OTAN.
“Permitir que a Ucrânia ataque forças russas em torno de Kursk com mísseis de longo alcance pode trazer um novo movimento geopolítico ao petróleo, pois é uma escalada das tensões em resposta à entrada de tropas norte-coreanas na disputa”, disse Tony Sycamore, analista da IG Markets.
Até agora, houve pouco impacto nas exportações de petróleo da Rússia; no entanto, os preços do petróleo podem subir ainda mais se a Ucrânia passar a atacar mais infraestruturas petrolíferas, disse Saul Kavonic, analista de energia da MST Marquee.
Na Rússia, pelo menos três refinarias tiveram que interromper o processamento ou reduzir operações devido a grandes perdas em meio a restrições de exportação, aumento dos preços do petróleo bruto e altos custos de financiamento, segundo cinco fontes da indústria.
A Rússia lançou seu maior ataque aéreo à Ucrânia em quase três meses no domingo, causando grandes danos ao sistema de energia do país.
Brent e WTI caíram mais de 3% na semana passada devido a dados fracos da China, o segundo maior consumidor de petróleo do mundo, e após a Agência Internacional de Energia prever que a oferta global de petróleo superará a demanda em mais de 1 milhão de barris por dia em 2025, mesmo que os cortes de produção da OPEP+ permaneçam em vigor.
O processamento de refinarias na China caiu 4,6% em outubro em relação ao ano anterior, e o crescimento da produção fabril do país desacelerou no mês passado, conforme dados do governo divulgados na sexta-feira.
Os investidores também ficaram preocupados com o ritmo e a extensão dos cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve dos EUA, o que gerou incertezas nos mercados financeiros globais.
Matéria publicada pela Reuters no dia 18/11/2024, às 11h02 (horário de Brasília)