Preços do petróleo sobem em meio às tensões entre Rússia e Ucrânia, aguardam reunião da OPEP

Os preços do petróleo subiram mais de 2% na terça-feira, com o aumento das preocupações sobre interrupções no fornecimento em meio à escalada do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, juntamente com especulações de que a Opep+ não aumentará a produção em uma reunião no domingo.

O petróleo Brent subiu US$ 1,17, ou 1,7%, para US$ 69,32 o barril às 11h03 (horário de Brasilia), após subir pouco mais de 2% antes.

O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, estava cotado a US$ 65,81 o barril, US$ 1,77 ou quase 2,8% mais alto. Os contratos futuros do WTI não fecharam na segunda-feira devido ao feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos.

“O petróleo bruto é negociado em alta à medida que a pressão dos EUA sobre a Rússia para interromper a guerra continua, com foco na redução dos fluxos de fornecimento para a Índia”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank.

“Os preços são ainda apoiados pela cobertura de posições especulativas bastante estendidas no WTI e pelas expectativas de que a reunião da OPEP+ neste fim de semana manterá a produção inalterada”, disse ele, acrescentando que os futuros do Brent podem potencialmente subir para US$ 70,50 antes de encontrar resistência.

As expectativas de outra queda de petróleo bruto também estavam impulsionando o mercado, disse o analista do UBS, Giovanni Staunovo.

A temporada de viagens de verão nos EUA terminou na segunda-feira, feriado do Dia do Trabalho, sinalizando o fim do período de maior demanda no maior mercado de combustível do mundo.

Do lado da oferta, os recentes ataques de drones ucranianos fecharam instalações que representam pelo menos 17% da capacidade de processamento de petróleo da Rússia, ou 1,1 milhão de barris por dia, de acordo com cálculos da Reuters.

Os investidores também aguardam uma reunião de oito membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados em 7 de setembro para obter pistas sobre planos futuros de produção, depois que o grupo OPEP+ concordou no início do mês passado em aumentar a produção de petróleo em 547.000 barris por dia para setembro.

Analistas acreditavam que o grupo não desfaria os cortes voluntários restantes de cerca de 1,65 milhão de bpd em vigor dos oito membros — incluindo Arábia Saudita e Rússia — que estavam apoiando o mercado e mantendo os preços na faixa de US$ 60 o barril.

Os preços do petróleo podem cair pelo quarto ano consecutivo, atingindo uma média de US$ 55 o barril no último trimestre deste ano, antes que a OPEP+ intervenha para estabilizar o mercado até 2026, cortando a produção, disseram analistas da SEB Commodities em nota aos clientes.

Uma série de dados trabalhistas dos EUA devem ser divulgados esta semana, antes da reunião de setembro do Federal Reserve, o que pode fortalecer o argumento a favor da flexibilização monetária após dados surpreendentemente fracos sobre a folha de pagamento dos EUA divulgados em julho.

Matéria publicada na Reuters, no dia 02/09/2025, às 08:07 (horário de Brasília)