Preços do petróleo sobem mais de 1% com sanções adicionais à Rússia

Os preços do petróleo subiram mais de 1% nesta sexta-feira, encaminhando-se para a primeira alta semanal desde o final de novembro, enquanto sanções adicionais contra a Rússia intensificaram preocupações com a oferta, mesmo com as previsões de superávit pesando nos mercados.

Os contratos futuros de Brent subiram 34 centavos, ou 0,5%, para US$ 73,75 por barril, enquanto o petróleo WTI dos EUA avançou 32 centavos, também 0,5%, para US$ 70,34.

Ambos os contratos estão a caminho de um ganho semanal superior a 3%, apoiados por preocupações com interrupções no fornecimento devido ao endurecimento das sanções da União Europeia contra a Rússia e potenciais medidas semelhantes pelos Estados Unidos, além da expectativa de que os estímulos econômicos anunciados pela China esta semana possam aumentar a demanda no segundo maior consumidor mundial de petróleo.

“Os aumentos nas sanções da UE contra a Rússia continuam gerando reverberações altistas e, com os EUA sinalizando a possibilidade de medidas similares, a ideia de menos petróleo russo no mercado permanece presente”, disse John Evans, analista de petróleo da PVM.

Embaixadores da União Europeia concordaram esta semana com o 15º pacote de sanções contra a Rússia devido à guerra na Ucrânia, incluindo a frota de petroleiros clandestinos do país.

Além disso, Grã-Bretanha, França e Alemanha informaram ao Conselho de Segurança da ONU que estão prontas — se necessário — para acionar a chamada “retomada” de todas as sanções internacionais contra o Irã, para evitar que o país adquira uma arma nuclear.

Enquanto isso, dados chineses desta semana mostraram que as importações de petróleo bruto cresceram anualmente pela primeira vez em sete meses em novembro, impulsionadas por preços mais baixos e estoques.

“Observamos uma recuperação nas margens de refino desde os níveis mais baixos de setembro, mas isso não justifica os volumes de importação de petróleo em novembro”, disse Warren Patterson, chefe de pesquisa de commodities do ING.

As importações de petróleo pela China, maior importador mundial, devem permanecer elevadas até o início de 2025, com refinarias aumentando a compra de fornecedores como a Arábia Saudita, atraídas pelos preços mais baixos, enquanto refinarias independentes correm para utilizar suas cotas.

A Agência Internacional de Energia (AIE) aumentou sua previsão de crescimento da demanda global de petróleo em 2025 para 1,1 milhão de barris por dia (bpd), em comparação com os 990 mil bpd previstos no mês passado, graças às recentes medidas de estímulo da China, informou em seu relatório mensal de mercado.

No entanto, a AIE prevê um excedente de oferta para o próximo ano, com países fora da OPEP+ devendo aumentar a oferta em cerca de 1,5 milhão de bpd, impulsionados por Argentina, Brasil, Canadá, Guiana e Estados Unidos.

Os investidores também apostam que o Federal Reserve reduzirá as taxas de juros na próxima semana e seguirá com novas reduções no próximo ano, após dados econômicos mostrarem um aumento inesperado nos pedidos semanais de seguro-desemprego.

Matéria publicada pela Reuters no dia 13/12/2024, às 10h13 (horário de Brasília)