Preços do petróleo sobem, mas receios de recessão e tarifas limitam ganhos
Os preços do petróleo subiram 1% na terça-feira, ajudados pela fraqueza do dólar americano, embora os ganhos tenham sido limitados pelas preocupações crescentes sobre a desaceleração dos EUA e o impacto das tarifas comerciais no crescimento econômico global.
Os futuros do Brent subiram 73 centavos, ou 1,05%, para US$ 70,01 o barril às 08:16 (horário de Brasília) após cair no início do pregão. Os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA subiram 66 centavos, ou 1%, para US$ 66,69 o barril após declínios anteriores também.
Ambos os índices de referência fecharam 1,5% abaixo na sessão anterior.
O índice do dólar atingiu a menor cotação em quatro meses, tornando o petróleo mais barato para compradores estrangeiros.
Os investidores estão monitorando de perto os planos da OPEP+ depois que o grupo produtor anunciou planos para aumentar a produção em abril.
Uma redução nas tarifas dos EUA aliviaria os temores de inflação e contração econômica, disse o analista da PVM, Tamas Varga, mas a recente queda no preço do petróleo fez com que fosse “difícil ver a OPEP+ seguindo em frente com seu plano e liberando petróleo de volta ao mercado a partir de abril”.
Na sexta-feira, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, disse a repórteres que o grupo de produtores da OPEP+ seguiria em frente com o aumento de abril, mas poderia então considerar outras medidas, incluindo a redução da produção.
O Brent está encontrando forte suporte técnico em torno de US$ 70 o barril e pode tentar uma recuperação, disse Suvro Sarkar, líder da equipe do setor de energia do DBS Bank, acrescentando que a resposta da oferta da OPEP+ seria flexível, dependendo das condições de mercado.
“Se os preços do petróleo caírem abaixo da marca de US$ 70 por barril por um longo período, os aumentos de produção podem ser pausados, em nossa opinião. A OPEP+ também manterá um olhar atento sobre as políticas de Trump para o Irã e a Venezuela”, disse ele.
As políticas protecionistas do presidente dos EUA, Donald Trump, abalaram os mercados globais, impondo e atrasando tarifas sobre os principais fornecedores de petróleo, Canadá e México, além de aumentar as taxas sobre a China, o que motivou medidas retaliatórias.
No fim de semana, Trump disse que um “período de transição” era provável e se recusou a descartar uma recessão nos EUA.
As ações, que os preços do petróleo bruto geralmente seguem, caíram na segunda-feira, com todos os três principais índices dos EUA sofrendo declínios acentuados. O S&P 500 teve sua maior queda em um dia desde 18 de dezembro e o Nasdaq caiu 4,0%, sua maior queda percentual em um único dia desde setembro de 2022.
Investidores aguardam os dados de inflação dos EUA, que serão divulgados na quarta-feira, em busca de pistas sobre o caminho das taxas de juros.
Nos EUA, os estoques de petróleo bruto devem ter aumentado na semana passada, enquanto os estoques de destilados e gasolina provavelmente caíram, mostrou uma pesquisa preliminar da Reuters na segunda-feira.
A pesquisa foi realizada antes dos relatórios do Instituto Americano de Petróleo, às 16h30 EDT de terça-feira, e da Administração de Informação de Energia, às 10h30 EDT de quarta-feira.
Matéria publicada na Reuters, no dia 11/03, às 06:17 (horário de Brasília)