Prévia do PIB, IBC-Br fica acima do esperado em fevereiro

O resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) para o mês de fevereiro subiu mais do que o esperado, de acordo com números divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (11).

O índice apontou uma variação de 0,44% em relação ao mês anterior, janeiro. O resultado ficou acima das expectativas do mercado, que previa, segundo a mediana de 21 estimativas coletadas pelo Valor Data, uma alta de 0,3% no mês — mas dentro do intervalo de projeção que ia desde uma retração de 0,6% até uma expansão de 0,9%.

No ano, o índice acumula alta de 3,83%. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o número divulgado hoje teve alta de 4,10%.

Já entre os setores, se destaca a agropecuária, com alta de 5,58% em fevereiro, ante janeiro. Indústria caiu 0,83% no mesmo período. Serviços registrou um avanço de 0,18%, enquanto impostos teve uma redução de 0,56%.

Mas, o que é o IBC-Br e por que ele importa?

O IBC-Br é um indicador criado pelo Banco Central para acompanhar, de forma mais frequente, o desempenho da atividade econômica brasileira. Ele reúne uma série de dados sobre a produção de bens e serviços no país, como números da indústria, do comércio, do setor de serviços e da agropecuária, além de incorporar informações do mercado de trabalho e do crédito.

Embora não seja exatamente o mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br é considerado uma espécie de “termômetro” da economia e uma sinalização preliminar da tendência que o PIB pode seguir. Por isso, ele é frequentemente chamado de “prévia do PIB”.

A principal diferença está na metodologia: o PIB, medido pelo IBGE, é mais amplo e detalhado, e é divulgado trimestralmente. Já o IBC-Br é mensal, o que permite um acompanhamento mais dinâmico e atualizado da economia.

O desempenho do IBC-Br ajuda a moldar a percepção sobre o ritmo da economia brasileira. Um crescimento acima do esperado, por exemplo, pode indicar que a atividade está aquecida, com mais produção, consumo e investimentos acontecendo. Por outro lado, um número fraco pode sinalizar desaceleração, menor geração de empregos e queda no consumo.

E você com isso?

A relação entre o IBC-Br e a sua vida passa pela política de juros. Quando a economia está crescendo de forma acelerada, isso pode aumentar a pressão sobre os preços — ou seja, gerar inflação.

Para conter esse avanço dos preços, o Banco Central costuma subir os juros. Juros mais altos encarecem o crédito (cartão, financiamentos, empréstimos), reduzem o consumo e o investimento, o que tende a esfriar a economia e conter a inflação.

No momento, o Brasil está em um ciclo de aperto monetário. O Banco Central já elevou a Selic para 14,25% ao ano, em uma tentativa de controlar a inflação que vem preocupando os formuladores de política econômica. Na ata da última reunião, o BC sinalizou que ainda não sabe quando esse ciclo de alta vai terminar.

Matéria publicada no portal Valor Investe, no dia 11/04/2025, às 09:02 (horário de Brasília)