Produção de petróleo no Brasil alcançará recorde histórico em 2030, mas enfrentará declínio
A produção de petróleo no Brasil deve crescer nos próximos anos e atingir 5,3 milhões de barris por dia em 2030. Será o recorde histórico da indústria nacional. Isso significará um aumento de 77% na comparação com os 3 milhões de barris diários produzidos em 2023.
No entanto, a partir de 2031, a extração de óleo no país deve iniciar uma trajetória de queda gradativa. Para 2034, a estimativa é de que fique em 4,4 milhões de barris/dia. Os principais motivos são o envelhecimento dos poços do pré-sal e a falta de descobertas de grandes jazidas nos últimos anos.
A projeção integra os estudos do Plano Decenal de Energia, planejamento do setor energético para os próximos 10 anos que está sendo refeito pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e o Ministério de Minas e Energia. O documento final ainda está em elaboração.
O pré-sal, que começou a ser produzido em 2009, chegará ao pico de produção em 2030, ampliando sua participação na extração nacional de 71% para 76%. Depois, os poços devem entrar em gradual declínio produtivo. É um processo natural, por se tratar de um recurso não renovável e finito.
Segundo a EPE, a projeção mostra a necessidade de o país explorar e descobrir novas fronteiras, como nas bacias da Margem Equatorial e na Bacia de Pelotas, para garantir o suprimento energético do país. No entanto, a queda projetada a partir de 2030 indica que o Brasil está atrasado.
O plano chama atenção para o seguinte dado: o tempo entre o começo da exploração (pesquisa) e o início da produção de petróleo pode chegar a 10 anos. Esse prazo inclui a perfuração, avaliação de jazidas, elaboração de plano de desenvolvimento e fabricação e instalação de plataformas. O tempo varia conforme o ambiente, da seguinte forma:
- onshore (terra) – de 3 a 5 anos;
- offshore (mar) – de 7 a 10 anos.
Com isso, o estudo da estatal indica que as descobertas que forem feitas na 2ª metade desta década, ou seja, de 2026 a 2030, só devem produzir depois de 2034. No caso da Margem Equatorial, se a licença for dada ainda neste ano, dificilmente deve sair óleo antes de 2030.
Incremento na produção de petróleo onshore
Nos campos em terra, a EPE projeta que a produção de petróleo deve avançar 46% nos próximos 10 anos e atingir 311 mil barris/dia.
Esse aumento deve ser impulsionado por investimentos nas áreas que foram vendidas pela Petrobras para os pequenos e médios produtores independentes.
Ainda assim, o onshore terá uma parcela pequena da extração total do país: pouco mais de 7% do total. O maior incremento em terra deve ser entre 2033 e 2034.
Para a estimativa, o plano considera tanto as reservas provadas como as perspectivas de novas descobertas nos próximos anos em blocos que atualmente estão na fase de exploração.
Matéria publicada pelo Poder 360 no dia 08/09/2024, às 10h00 (horário de Brasília)