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A produção industrial do Brasil recuou 0,1% em fevereiro, quinto mês consecutivo sem altas no setor. O resultado veio abaixo do esperado pelos analistas de mercado, que projetavam alta de 0,3% no mês. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) e foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira.

• Em comparação com fevereiro de 2024, produção industrial cresceu 1,5%;
• No ano, o setor acumula alta de 1,4%;
• Já em 12 meses, a expansão é de 2,6%.

Em 2024, a indústria apresentou um crescimento robusto, como resultado da economia aquecida e do desemprego em mínimas históricas, contexto que impulsionou o setor. No entanto, para 2025, os economistas já vinham esperando sinais de desaceleração da atividade econômica como um todo, inclusive em resposta à política monetária mais restritiva, com a alta nos juros.

Já no final do ano passado, a atividade começou a perder o fôlego, com quedas de 0,2%, 0,7% e 0,3%, em outubro, novembro e dezembro, respectivamente. Em janeiro, a variação foi nula.

André Macedo, gerente da pesquisa, explica que o desempenho negativo da indústria em fevereiro reforça o comportamento de menor intensidade da produção industrial, inclusive com disseminação de taxas negativas entre as atividades este mês. De acordo com ele, a perda nesses cinco últimos meses sem crescimento foi de 1,3%, eliminando o avanço de 1,0% registrado em agosto e setembro do ano passado.

“Essa perda de dinamismo da indústria tem relação com a redução dos níveis de confiança das famílias e dos empresários, explicada, em grande parte, pelo aperto na política monetária (com o aumento das taxas de juros a partir de setembro de 2024), a depreciação cambial (pressionando os custos de produção) e a alta da inflação (especialmente a de alimentos, o que impacta na renda disponível das famílias)”, diz ele.

As principais influências negativas vieram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que tiveram queda de 12,3%.

Matéria publicada na Globo, no dia 02/04/2025, às 09:02 (horário de Brasília)