Setor de combustíveis rebate Lula

O Sindicom, que reúne o setor de distribuidoras de combustíveis e lubrificantes de todo o país, decidiu reagir às falas do presidente Lula, que cobrou, neste mês, fiscalização sobre o preço da gasolina e do diesel nos postos — até mesmo por parte da Polícia Federal.

Sem citar nominalmente o presidente, o Sindicom vai divulgar hoje uma nota em que “manifesta preocupação com declarações recentes e narrativas que visam descredibilizar o setor de combustíveis do país, em especial o segmento de distribuição, responsável por 9% do PIB industrial brasileiro.”

“Tentar responsabilizar os distribuidores pelo preço dos combustíveis revela uma interpretação equivocada da cadeia de distribuição, desconsiderando sua relevância, as dimensões operacionais de sua atuação e a arrecadação tributária que promove”, diz trecho da nota. “Outros fatores de mercado, como os custos do produto e da logística, além da tributação federal e estadual, impactam diretamente o preço final ao consumidor.”

Mercado irregular

O sindicato argumenta ainda que a Petrobras responde por 33% da composição do preço final da gasolina, enquanto os tributos federais e estaduais representam aproximadamente 35%.

“Não bastassem os desafios diários para a garantia do abastecimento nacional, o setor enfrenta dificuldades persistentes em relação ao crescimento do mercado irregular, devedores contumazes de tributos e, mais recentemente, ao enfraquecimento das agências reguladoras — o que vem colocando em risco a segurança dos consumidores e o bem-estar da sociedade”, acrescenta.

No começo do mês, em evento em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Lula afirmou que “é preciso fiscalizar para saber se os preços são justos ou se tem alguém, mais uma vez, tentando enganar o povo brasileiro”, segundo reportou o G1.

“É preciso que esses órgãos, que têm a função de fiscalizar, não permitam que nenhum posto de gasolina neste país venda gasolina mais cara do que aquilo que é o preço que tem que vender — e muito menos o óleo diesel”, acrescentou o presidente.

Matéria publicada no portal Fecombustíveis, no dia 23/07/2025, às 06:00 (horário de Brasília)